Diogo Nogueira agita e Carlinhos Brown sobe o nível em dia de concertos gratuitos com Orquestra de Ouro Preto no Ibirapuera

Os shows gratuitos do cantor carioca Diogo Nogueira e do músico baiano Carlinhos Brown, acompanhados pela Orquestra Ouro Preto, embalaram o público que compareceu ao Parque Ibirapuera, em São Paulo, neste sábado (13). Os concertos foram uma realização da SulAmérica e da Rede D’Or.

Promover o encontro da música popular com a clássica está na essência da orquestra mineira, que completa 25 anos em 2025. As comemorações em São Paulo seriam em dose dupla.

O primeiro a subir ao palco foi Diogo Nogueira para apresentar o Concerto Popular Brasileiro, no qual rende homenagens a grandes artistas da música popular brasileira. Como forma de agradar os paulistas, num típico dia frio na capital abaixo dos 19ºC, Diogo lançou mão, de primeira, de “Trem das Onze”, de Adoniran Barbosa (1910-1982).

Outros grandes artistas foram lembrados, como Cazuza (“Codinome Beija-flor”), Dona Ivone Lara (“Sonho Meu”), Ivan Lins (“Madalena”), Djavan (“Flor de Lis”), Gonzaguinha (“O Que É O Que É”), entre outros. João também interpretou “Espelho”, uma parceria do pai, João Nogueira (1941-2000), com Paulo César Pinheiro, e o sucesso dele próprio “Pé Na Areia”.

Diogo Nogueira, ainda que sem interagir vivamente com a plateia, ajudou a animá-la naquele fim de tarde. Quem viria mesmo para incendiá-la seria Carlinhos Brown.

Carlinhos Brown sobe o nível da festa

O cantor, compositor e percussionista levou ao palco as tradições afrobrasileiras no show Afrossinfonicidade. Apesar da simpatia e animação características, Brown foi menos Timbalada carnavalesco e mais Tribalista poético, potencializado pela Orquestra de Ouro Preto, sob regência do maestro Rodrigo Toffolo.

A banda, da qual faz parte ao lado de Marisa Monte e Arnaldo Antunes, teve quatro músicas entoadas: “Vilarejo”, “Velha Infância”, “Já Sei Namorar” e “Amor I Love You”, uma deixa para jogar rosas flores brancas e vermelhas aos fãs à moda Rei Roberto Carlos.

Brown ainda cantou duas composições próprias que ficaram conhecidas na voz de Marisa Monte, “Maria de Verdade” e “Magamalabares”, além de “Seo Zé”, parceria com Marisa e Nando Reis. Outra parceria do trio, “E.C.T.”, famosa na voz de Cássia Eller (1962-2001), também fez parte do repertório.

A apresentação de Carlinhos Brown, bonita e vibrante, ainda reservaria mais emoções. Ao fim da canção “Dois Grudados”, emergiu uma voz gravada do compositor e poeta Arnaldo Antunes, declamando trechos da música.

Em “Quixabeira”, o telão exibiu a foto dos Doces Bárbaros, antigo agrupamento musical formado por Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia e Gal Costa, e a caixa de som soou o canto deles da música em questão. Em outro momento, agora em ritmo de “pipoca” de Carnaval, Brown desceu do palco e fez festa com os convidados da área vip.

Por fim, uma última comoção. Um jovem, fã de Carlinhos, recebeu o aval do artista para subir ao palco e agarrou-o firmemente. Em seguida, pediu a benção para tocar o timbal (tipo de tambor) de Carlinhos, que assentiu. Ele tocou bem, a percussão da orquestra veio junto e o público alvoroçou-se. O timbaleiro mirim deu concedeu breve entrevista à Alpha FM.

Aspas para o jovem timbaleiro

“Meu nome é Cauê Pereira da Silva, tenho 14 anos, sou criado e nascido aqui em São Paulo. Meu pai se chama Sérgio de Jesus Pereira, nasceu na Bahia, em Feira de Santana. Minha mãe, Luciana Teresa da Silva, nasceu lá no Ceará. Eu comecei na música com 9 anos de idade. Sou percussionista e capoeirista. Sempre fui um admirador do Brown. O meu sonho era ver ele um dia mesmo na Bahia, no Candeal (bairro onde Brown cresceu em Salvador) ou aqui em São Paulo, mas hoje eu sinto que o meu sonho foi realizado, tocar com um dos maiores músicos de axé, né? Quero virar músico, quero tocar com Brown, com a Timbalada, com a Ivete [Sangalo] e mais artistas da Bahia.”

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