“Springsteen: Salve-me do Desconhecido” é triunfal ou só mais uma cinebiografia? A Alpha te conta!

Na última década, Hollywood vem usando e abusando do gênero da cinebiografia. Amparado em fórmulas consagradas, esse movimento rendeu produções de destaque, como “Um Completo Desconhecido”, que revisita a trajetória multifacetada de Bob Dylan, e “Priscilla”, de Sofia Coppola, que oferece um olhar íntimo sobre a vida de Priscilla Presley. Entretanto, o sucesso do formato também veio acompanhado de controvérsias. Filmes como “Blonde”, sobre Marilyn Monroe, e “Nina”, inspirado em Nina Simone, foram alvo de debates intensos por suas representações artísticas e escolhas narrativas.

Em 2025, o destaque cinematográfico, decerto, é “Springsteen: Salve-me do Desconhecido”, que acompanha o astro da música rock Bruce Springsteen, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (30).

A produção reúne um elenco estrelado e amplamente premiado. Jeremy Allen White, vencedor de três Globos de Ouro e dois Emmys por sua atuação em “O Urso”, interpreta Bruce Springsteen de forma convincente e, ao mesmo tempo, crua. Já Jeremy Strong, indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2025 pelo filme “O Aprendiz”, dá vida a Jon Landau, empresário do cantor. Completando o trio principal, Stephen Graham — que ganhou reconhecimento internacional pela minissérie “Adolescência” — assume o papel do pai de Springsteen.

Baseado em um roteiro assinado pelo próprio diretor, Scott Cooper, o filme adota uma abordagem distinta da tradicional fórmula das cinebiografias. A trama tem início com Bruce Springsteen já consagrado, em meio à turnê de seu quinto álbum de estúdio, “The River”, após o sucesso arrebatador de “Born to Run”, que o projetou definitivamente ao estrelato.

No entanto, o enredo conduz o espectador para um território mais íntimo e reflexivo. Cercado por pressões mercadológicas e expectativas elevadas, Springsteen é retratado em um momento de profunda introspecção. Talvez o maior mérito do roteiro esteja justamente nesse olhar silencioso sobre o artista — um mergulho na solidão criativa que resultou em “Nebraska”, álbum que marcou uma guinada em sua visão artística: mais sombria, minimalista e contemplativa, repleta de autenticidade e força poética.

A infância traumática de Bruce Springsteen é retratada de forma pontual, em breves flashbacks em preto e branco, que conciliam seus pesares de criança – principalmente envolvendo seu pai alcoólatra e agressivo – com os conflitos emocionais do momento presente na narrativa.

Além disso, o filme retrata, de forma envolvente, os diferentes processos de criação musical nos anos de 1980 — desde as gravações em estúdios profissionais até as produções caseiras feitas em um gravador de quatro faixas.

“Springsteen: Salve-me do Desconhecido” equilibra com o artista por trás do ídolo. Ao explorar a saúde mental do cantor para além de sua música, o filme — especialmente em sua segunda metade — adota um ritmo mais apressado e recorre a alguns elementos previsíveis. Ainda assim, mantém um retrato coerente e emocionalmente honesto, mesmo que nem sempre aproveite todo o potencial dramático de seu elenco e do material que tem em mãos.

Para saber mais sobre ingressos e programações, clique aqui. 

Assista ao trailer de “Springsteen: Salve-me do Desconhecido”

Bruce buscava algo muito maior do que um hit.

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