Como Lô Borges e Milton Nascimento se conheceram?

Conhecidos como parte dos fundadores do icônico Clube da Esquina, Lô Borges e Milton Nascimento são nomes marcados na história da música brasileira. Porém, antes de darem vida ao movimento e ao disco homônimo, lançado em 1972, os astros já se conheciam há quase uma década.

Em diversas entrevistas ao longo da carreira, Lô, que faleceu no último domingo (2), aos 73 anos, relembrou o momento em que viu Bituca pela primeira vez. Devido à grande diferença de idade, na época, o saudoso cantor tinha apenas 10 anos, enquanto Nascimento já estava com 20.

Um dia, Borges estava descendo as escadas do prédio onde morava quando se deparou com uma voz cantando. “Na hora que eu estava descendo a escadaria, comecei a escutar um som divino de um violão e um vocalize. Aqueles vocalizes que o mundo consagrou, com o reverb da escada, que é lindo“, contou em entrevista ao canal Um Café Lá Em Casa.

A voz, claro, era de um jovem Milton Nascimento. “Era o canto da sereia“, descreveu o músico. Ao encontrar Bituca, o futuro compositor ficou encantado. “Ele falou assim, ‘você gosta de música?’ Eu falei, ‘não só gosto de música, mas estou achando lindo o que você está fazendo. Não para de tocar, não‘”, disse Lô.

A partir daí, os astros, que por coincidência moravam no mesmo prédio, passaram a ser amigos. “Aquilo foi mais do que a vacina para o resto da vida”, conta o autor de “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”. Ele continuou:

Aquele encontro, eu falei, esse cara vai ser meu amigo para o resto da vida. Virou meu irmão, cara. Lá em casa ele é considerado irmão. Meu pai e minha mãe consideravam ele filho, e todos nós irmãos considerávamos ele irmão. Então, ele é irmão. Ele é irmão, e minha mãe e meu pai consideravam ele filho a vida inteira. Depois ele ficou famoso.”

No último mês de março, em vídeo publicado nas redes sociais de Bituca, Lô revelou que foi o cantor quem lhe presenteou com o seu primeiro violão. “Tem a história, ‘pô, o Bituca apostou no Lô com 17, 18 anos”, brincou o saudoso compositor. “Não! Quando tinha 13, 14 anos ele me deu o violão dele!”

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