A Avenida Paulista, um dos grandes marcos urbanos e culturais de São Paulo, celebra neste domingo (7) seus 134 anos com uma programação especial aberta ao público. Das 10h às 17h, a via se transforma em um circuito cultural integrado, reunindo sete instituições que, excepcionalmente nesta edição, “trocam de casa” para oferecer oficinas, contações de histórias, apresentações e vivências artísticas em novos espaços.
A iniciativa envolve Casa das Rosas, Centro Cultural Fiesp, IMS Paulista, Itaú Cultural, Japan House São Paulo, MASP e Sesc Avenida Paulista, que promovem um intercâmbio temporário: cada instituição leva parte de sua programação para outro equipamento cultural da avenida. O objetivo é estimular novos públicos, aproximar linguagens e oferecer experiências gratuitas ao longo do dia.
Entre os destaques, o MASP recebe a Casa das Rosas com a contação de histórias O poder sobrenatural de contar histórias, conduzida por Thiago de Souza no Vão Livre, das 14h às 15h30. No IMS Paulista, o Centro Cultural Fiesp realiza a oficina Colorindo a luz, que propõe experimentações gráficas com giz sobre fotografia. A atividade é das 11h às 13h, com distribuição de senhas uma hora antes.
Já o Sesc Avenida Paulista recebe o MASP para uma dinâmica que une desenho e música, comandada por Catatau e YMA no térreo, das 16h30 às 18h. As vagas são limitadas e a retirada de senhas acontece no local. No Itaú Cultural, o IMS conduz a oficina Máscaras não convencionais, voltada ao público a partir de 8 anos e realizada das 15h às 17h com 20 vagas disponíveis.
A Japan House São Paulo leva sua programação para a Casa das Rosas, com a oficina Poesia com pincéis japoneses, em duas sessões — 10h30 às 12h30 e 15h às 17h. A atividade inclui acessibilidade em Libras e distribuição de senhas 30 minutos antes. No sentido inverso, o Sesc Avenida Paulista se instala na Japan House com Nengajō & komorebi, oficina de cartões postais em aquarela que também oferece acessibilidade e exige inscrição prévia via Bilheteria Express.
Com uma agenda diversa e distribuída ao longo de toda a avenida, a celebração reforça a vocação da Paulista como polo cultural dinâmico, democrático e acessível — um patrimônio vivo que segue se reinventando ao longo de 134 anos.
História da Avenida Paulista
A Avenida Paulista foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891 e nasceu como um projeto urbano moderno, pensado para abrigar a elite cafeeira que enriquecia São Paulo no final do século 19. Idealizada pelo engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, a via foi construída sobre o antigo espigão da cidade e rapidamente se tornou símbolo de progresso. Mansões imponentes, jardins extensos e arquiteturas de influência europeia marcaram as primeiras décadas da avenida, que representava o sonho urbano de uma São Paulo em transformação — mais conectada, ambiciosa e aberta ao mundo.
Com o passar dos anos, a Paulista deixou de ser apenas um bairro residencial para se tornar o centro econômico, cultural e simbólico da capital. A partir dos anos 1950, seus casarões deram lugar a arranha-céus, sedes de bancos, consulados, centros culturais e espaços de políticas públicas. Hoje, a via é palco de grandes manifestações, eventos esportivos, celebrações populares, maratonas culturais e a tradicional abertura para pedestres aos domingos. Vibrante, diversa e sempre em movimento, a Paulista consagra mais de um século de história como o coração pulsante de São Paulo.
