Se você tem um bichinho em casa, já deve ter ouvido seu médico veterinário falar sobre a cinomose. A doença, altamente contagiosa, pode ser transmitida principalmente através das secreções respiratórias, fezes, urina, secreções oculares e também pela via transplacentária, afirma a médica veterinária e atual gestora do Centro de Controle De Zoonoses do município de Rio Grande da Serra, Kannandra Luiza Signoretti.
As manifestações clínicas da cinomose são bastante abrangentes, tendo em vista que o vírus tem tropismo por diversos tecidos do organismo, podendo apresentar diferentes manifestações clínicas como: febre, apatia, secreção ocular e nasal, desidratação, caquexia, lesões cutâneas como hiperqueratose nasal e de coxins plantares. “Sua forma mais grave, se dá através do acometimento do sistema nervoso central, onde há o surgimento de crises epiléticas, paralisia, tremores, entre outros sinais neurológicos que podem ser agudos ou crônicos mesmo após a recuperação”, destacou a médica veterinária.
Kannandra ainda ressalta que a partir do momento que ocorre a infecção até o aparecimento dos primeiros sinais clínicos pode levar de dois dias a uma semana. Contudo, sempre depende da carga viral adquirida e da imunocompetência do animal acometido.
De acordo com a médica, a melhor forma para prevenir o contágio é a imunização, que deve ser iniciada entre a décima quarta e décima sexta semana de vida do filhote. Destaca-se ainda que todos os filhotes devem ingerir o colostro após o nascimento para absorver anticorpos maternos e garantirem sua defesa imunológica nas primeiras semanas de vida.
“Vale lembrar que o vírus da cinomose é de fácil eliminação, que pode ser feita através do uso de desinfetantes, detergentes, e temperaturas altas capazes de causar a descontaminação de ambientes infectados”, alertou.
Com relação ao tratamento indicado, a médica veterinária afirma que não há tratamento específico, principalmente quando há acometimento neurológico, porém tem se observado bons resultados junto ao uso de anticonvulsivantes , o uso de imunoestimulantes e vitaminas, a fim de estabilizar as cries convulsivas e promover aumento de imunidade. Quando há acomentimento sistemico brando indica-se o uso de antimicrobianos. Na tentativa de minimizar possíveis sequelas neuro motoras onde recomenda-se terapias complementares, como acupuntura e fisioterapia.