A campanha Outubro Rosa foi criada na década de 90, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e, desde então, é um movimento lembrado anualmente compartilhando informações sobre conscientização do câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a ação também proporciona um maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, contribuindo para a redução da mortalidade.
Segundo o médico oncologista Dr. Lin I Ter, o câncer de mama pode se apresentar de diversas formas, sendo a mais comum em forma de nódulo de consistência endurecida ou fixa que vai aumentando de tamanho. "Pode ocorrer retração ou enrugamento da pele da mama, saída de secreção pelo mamilo, mudança do formato do mamilo, surgimento de nódulo na axila, ou até vermelhidão e inchaço na pele nos casos de câncer de mama inflamatório", conta.
De acordo com ele, para a prevenção, valem as recomendações gerais para uma vida saudável, como a mudança de estilo de vida. "Atividade física regular, alimentação saudável e equilibrada, evitar alimentos processados, consumo de álcool e tabagismo, além de desenvolver equilíbrio emocional diante do estresse do dia-a-dia".
A mastologista do Centro de Oncologia do ABC, coordenadora da equipe de mastologia do Hospital São Camilo/Ipiranga e colaboradora do CMAeSP, Andréa Cubero, alerta sobre quando é a hora certa de procurar assistência. "As mulheres devem ir a um mastologista uma vez por ano para fazerem os exames de prevenção ou sempre que encontrarem algo alterado em suas mamas ou em exames de imagem", explica.
Ela ainda reforça a importância do autoexame, ou também conhecido por autoconhecimento das mamas, que podem mostrar se há alguma alteração detectável entre os exames de imagem e exames de prevenção. "No Brasil, muitas mulheres fazem a detecção do câncer de mama através do autoexame e recomendamos que seja feito ainda que não substitua o exame de mamografia, pois somente com ele podemos detectar os tumores subclínicos que são bem pequenos e com maiores chances de cura".
“Em casos específicos com uma forte história familiar, esse rastreamento vai ser individualizado, e talvez outros exames sejam necessários. Por isso é importante definir se é uma paciente de alto risco ou não para poder individualizar esse rastreamento do câncer de mama”, completa a doutora.
Muitas mulheres têm dúvidas se próteses de silicone podem levar à doença. Ela explica que não e que, inclusive, a mamografia pode ser feita normalmente. "Principalmente esses [implantes] mais modernos, de boa qualidade e procedência não oferecem risco para o desenvolvimento do câncer de mama. No caso de mulheres que têm implantes mamários, algumas manobras são feitas para conseguirmos ver melhor grande parte da mama durante a mamografia".
O médico oncologista e acupunturista, que também é membro titular do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura , Dr. Lin I Ter, ainda explica qual é a importância do diagnóstico precoce da doença. "Todo câncer se inicia a nível molecular no DNA da célula, que sofre mutações e adquire capacidade de se multiplicar até se tornar um nódulo detectável clinicamente, crescer, invadir órgãos vizinhos e, por fim, se migrar para outros órgãos distantes onde se implantam e se multiplicam. Diante de uma doença que evolui desta forma, faz todo o sentido detectá-la e eliminá-la antes de ela crescer e se espalhar".