Ouvir música faz bem para o cérebro: entenda os principais efeitos

A música é composta de múltiplos elementos, como a velocidade, o ritmo, o timbre, harmonia, melodia, altura do som, e, às vezes, letras. O ritmo da música pode levar a sincronização de ritmos internos do corpo, como a frequência de batimentos cardíacos, frequência de respirações e/ou movimento físico. Experiências musicais podem levar a liberação de neurotransmissores relacionados ao prazer no cérebro, como a dopamina e a serotonina, gerando sensação de prazer e recompensa. Com a redução da liberação de outro neurotransmissor, chamado adrenalina, o cérebro pode sentir uma sensação de redução da ansiedade. 

A música tem uma relação muito forte com a emoção. Ela permite que várias pessoas cantem as mesmas palavras (letras de músicas) no mesmo ritmo (como em um bar, em uma festa, ou em um show) e isso também demonstra o efeito que ela possui na vida social. Essa capacidade de várias pessoas estarem sincronizadas em um ritmo com vocalizações (canto) é uma habilidade que apenas os seres humanos têm. Cantar traz benefícios, podendo melhorar o humor e a sensação de bem-estar emocional e físico. Algumas pessoas sentem efeitos similares ao tocar instrumentos musicais.

Outra relação forte da música é com a dança. Músicas clássicas são tocadas para dançar em estilos mais clássicos. A dança ativa quase todos os músculos do corpo e alguns tipos envolvem o toque entre as pessoas (como a valsa ou o forró), e é uma maneira de se ativar o corpo. Não é por acaso que academias usam músicas com batidas fortes para estimular as pessoas a fazerem atividades físicas, como dançar, pegar ritmo na bicicleta ergométrica ou na esteira. Muitas delas utilizam, também, luzes que pulsam no mesmo ritmo que a música, de modo que não apenas a audição, mas também a visão, sejam estimulados nessas sessões. Outras pessoas fazem caminhadas ouvindo música para se distrair do mundo ao redor (efeito relaxante da música), o que também traz seus efeitos positivos.

A experiência com a música é muito individual. Assim como há pessoas que adoram música clássica, outras têm verdadeira ojeriza por esse gênero musical e preferem ritmos mais novos, como o sertanejo universitário. Não há certo ou errado quanto ao gênero musical que você gosta de ouvir, mas sim as sensações positivas que você sente ao ouvi-las. O que não quer dizer que a música não traz prazer para algumas pessoas, mas sim que determinados ritmos e tipos de músicas vão gerar diferentes emoções, criar conexões com eventos passados ou provocar diferentes graus de excitação em cada pessoa. Uma pessoa em um show de sua banda favorita vai estar não apenas exposta ao som que a banda toca, mas também estimular a visão com os membros da banda e os efeitos pirotécnicos do show. Além disso, um show pode, muitas vezes, também estimular o olfato (que é um importante estímulo para auxiliar na recordação de fatos) e o tato, ao dançar junto com as pessoas que estão ao seu redor. Dessa forma, pode-se dizer que a música pode ativar todos os sentidos do corpo e pode trazer diversos benefícios à vida das pessoas.

Por Dr. Leonel T. Takada (CRM 112.075), neurologista, em parceria com o Saúde Minuto

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