Zakk Sabbath, Joe Bonamassa e mais agitam o Best of Blues and Rock 2024

Décima primeira edição do festival aconteceu neste sábado (22), em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, e contou ainda com Eric Gales, Di Ferrero e CPM 22 no line-up

Celebrando sua décima primeira edição, o Best of Blues and Rock aconteceu em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, neste sábado (22). Com o tempo ensolarado, o festival, que passou pelo Rio de Janeiro nesta semana, celebrou o melhor dos gêneros que leva em seu nome, apostando em atrações nacionais e internacionais de peso, como Zakk Sabbath, Joe Bonamassa, CPM 22 e mais.

Confira os maiores destaques abaixo:

Di Ferrero representa emo nacional

Com óculos de sol e enérgico, Di Ferrero subiu ao palco do Best of Blues and Rock às 14h e abriu o festival. Acompanhado de Peracetta (bateria e vocais de apoio), Johnny Bonafé (baixo) e Bruno Genz (guitarra), o frontman do Nx Zero mesclou músicas da carreira solo, com faixas da banda. Afinado, empolgou a plateia, apelidada por ele de “rapazeada de São Paulo”, com clássicos como “Só Rezo”, “Além de Mim” e “Ligação”.

Já em “Cedo ou Tarde”, “Pela Última Vez” e “Entre Razões e Emoções”, os pontos altos do set, deixou os fãs soltarem a voz. Um cover de “Californication”, clássico do Red Hot Chili Peppers, apareceu no repertório, entremeado com trechos de “Hoje o Céu Abriu”. Cada música contou com uma animação no telão, que englobou letras, clipes e paisagens.

O cantor, que também tocou violão e guitarra, aproveitou o espaço para divulgar seu merchandising, agradecer a São Pedro pelo sol e a presença do público que veio cedo prestigiar o show e o “line-up de peso”: “que dia lindo e abençoado”.

Não faltaram ainda os seus característicos “vocês tão com a gente ou não tão?” e “vamos juntos” entre as faixas. Ele também descreveu a performance que apresenta atualmente como divertida e, num gesto de carinho, deixou mensagens de apoio aos admiradores: “Vamos seguir em frente. Nossos sonhos são nossos. A gente não precisa ser perfeito, só a gente mesmo. Liberdade para sonhar é o que eu desejo para vocês.”

CPM 22 comemora nova fase

Em seguida, Badauí (voz), Luciano Garcia (guitarra), Phil Fargnoli (guitarra), Ali Zaher (baixo) e Daniel Siqueira (bateria) iniciaram sua performance. Sob um telão azul que projetava o nome do CPM 22 e amplificadores cobertos com o logo, os músicos também optaram pelos seus sucessos, como “O Mundo Dá Voltas”, além de faixas do recém-lançado “Enfrente”. Debaixo de sol e trazendo toda sua força, a banda colocou o público no Ibirapuera para cantar.

“Muito bom estar aqui. Vou sair bronzeado desse show, assim como vocês. Obrigado por virem mais cedo também, sei que muita gente veio ver o Zakk Wylde e o Bonamassa, o ‘Mão na Massa’. Tá demais, adoro tocar à tarde, ainda mais nesse solzão, no quintal de casa, adoro vir no Ibira”, disse de maneira simpática o vocalista para a plateia.

O blues potente de Eric Gales 

Após dar um show de carisma na coletiva de imprensa, Eric Gales, trajado de correntes douradas, trouxe a alegria mostrada para o palco. Em meio a fortes “c’mon” e “1, 2, 3” proferidos, o guitarrista canhoto desfilou talento em seu instrumento e saiu simplesmente ovacionado.

Em suma, as performances, com uma coroa projetada ao fundo em referência ao álbum “Crown” (2022), ficaram marcadas por longos períodos instrumentais, somados a interações, sorrisos e uma genuína felicidade do músico, que simplesmente contagiou o público.

Ele até arriscou um palavrão em português, dizendo que queria tentar falá-lo depois da apresentação no Rio de Janeiro. O momento gerou risadas e coros, sendo um dos mais engraçados.

“Como estão? Vocês estão se divertindo?”, questionou mais de uma vez. Também mencionou a prática da capoeira, em português mesmo, e fez questão de comandar a plateia como um bom frontman: pedia barulho e palmas, sendo prontamente obedecido.

Em “Put That Back”, ao perguntar se o público podia balançar as mãos para baixo, ficou surpreso com a rapidez e brincou entre risos: “esperem, esperem, não é para fazerem isso ainda.”

Já ao tocar “Steep Climb”, parceria com a atração principal da noite Zakk Wylde, adiantou que infelizmente não teria a presença do colega: “ele vem mais tarde, mas a tocarei da mesma forma.”

A apresentação de “Too Close To Fire” pegou o pôr do sol. Alucinado, Eric tocou de joelhos e então deitado, com uma emoção de arrepiar. Para completar, encerrou o set mágico com um medley que incluiu “Kashmir”, de Led Zeppelin , e “Back in Black”, do AC/DC.

“Eu absolutamente amo esse país, amo vir para cá. É minha segunda casa. Eu me sinto tão honrado por fazer parte desse festival”, agradeceu antes de, por fim, apresentar sua banda, que inclui a esposa LaDonna Gales na percussão.

Joe Bonamassa e sua classe

Então, 30 minutos mais tarde, ao som de “Soul Finger”, do The Bar-Kays, Joe Bonamassa subiu ao palco e deu início ao set. Classudo, o guitarrista vestia um terno azul escuro, além de óculos de sol. Luzes coloridas complementaram a performance, predominantemente instrumental, com o telão composto por suas iniciais.

Além das autorais “Hope You Realize It (Goodbye Again)”, ele também entoou covers como “Just Got Paid”, de ZZ Top. Por vezes, diminuía o ritmo das músicas, para então retomá-las com fôlego total, arrancando animação dos presentes, que acompanhavam com palmas e gritos. Aliás, também trocou de guitarra inúmeras vezes, passando pelos modelos Les Paul e Stratocaster.

Suas interações limitaram-se a pequenos “obrigados” entre as canções e, quase ao fim, um agradecimento geral ao festival, já que fazia 11 anos desde que não vinha ao país. Enfim, durante “The Heart That Never Waits”, murmurou um “thank you so much” longe do microfone acompanhado de um aceno com a cabeça.

Sem dúvida, para além do músico, as carismáticas backing vocals Jade MacRae e Dannielle De Andrea destacaram-se pelo poder trazido à performance, sobretudo em “Self-Inflicted Wounds” e “I Want To Shout About It”. Não só, como o tecladista Reese Wynans, que, tal qual mencionado na própria apresentação, faz parte do Rock and Roll Hall of Fame e trabalhou com Steve Ray Vaughan no Double Trouble.

Zakk Wylde em tributo ao Black Sabbath

Como headliner da noite, o Zakk Sabbath entrou às 20h30 com “Supertzar” nas caixas de som. Liderada pelo vocalista e guitarrista Zakk Wylde, conhecido por tocar com Ozzy Osbourne, a banda é um tributo ao Black Sabbath. O baixista John “JD” DeServio (Black Label Society) e o baterista Joey Castillo (Danzig, Queens of the Stone Age) completam a formação.

Dessa maneira, o setlist é inteiro dedicado ao grupo que prestam homenagem. Por mais que clássicos como “Paranoid” e “Iron Man” fiquem de fora, outras canções cultuadas, incluindo “War Pigs” e “N.I.B”,  protagonizaram o repertório. Curiosamente, uma mini estátua do Cristo Redentor estava em cima de um dos amplificadores.

Vestindo um colete do Black Label Society, outro grupo que comanda, e uma saia escocesa, o líder andava por todo o palco com uma caveira projetada ao fundo. Mexia os longos cabelos, colocava a guitarra na cabeça, levantava o instrumento lentamente e pedia barulho. Falou pouco, mas pediu para que São Paulo cantasse e colocasse as mãos para cima, enquanto tirou um momento para, de braços cruzados, encarar a plateia. Por vezes, trocou soquinhos com JD, e ao, apresentar os colegas em “Hand of Doom”, disse não só que era bom ver os presentes, como pronunciou um sonoro grito de “São Paulo”.

Encerramento de ouro

Em suma, inúmeros solos e extensões surgiram entre as canções. Mais “acanhado”, Zakk não dava tanta atenção para os vocais e sim, como era de se imaginar, para a guitarra. Contudo, em “Children Of The Grave”, o espetáculo chegou a um outro nível ao receber um “bônus”:  bolas de plástico foram jogadas na plateia, que passou a realizar mosh-pits.

Ao fim, o guitarrista deixou o instrumento no chão após fazer um sinal de cruz. Junto aos companheiros, veio a frente do palco, causando histeria. Assim, estenderam uma bandeira do Brasil, com o nome do programa Hell’s Kitchen, e saudaram a plateia ensandecida pela última vez.

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