A bossa nova, a partir dos anos 1950, entrou para história como sendo o ritmo que apresentou o Brasil ao mundo. Mas você sabia que o som de Tom Jobim (1927-1994) e João Gilberto (1931-2019) não foi a primeira manifestação artística nacional a fazer sucesso no exterior?
Este posto, conforme os estudos do jornalista e crítico musical Zuza Homem de Mello (1933-2020), é do maxixe. A dança agitou os famosos cabarés de Paris, a partir da década de 1920, rivalizando com o tango nas noites da capital francesa. Durante uma aula para a Casa do Saber, instituição cultural privada de São Paulo, o especialista explicou que o maxixe “teve êxito enquanto dança, graças à dupla Duque e Gaby”.
O brasileiro Antônio Lopes de Amorim Diniz (1884-1953), o Duque, formou-se dentista, porém, logo trocou os consultórios pelos palcos. Ele achou em Gaby, uma dançarina francesa, uma grande parceira. Duque abriu academias de dança e excursionou por Montevidéu, Buenos Aires, Londres e Nova York.
O maxixe tem origem baiana, ainda que tenha sido criado, de fato, no Rio de Janeiro. As chamadas baianas quituteiras – com destaque para Tia Ciata (1854-1924) –, levaram o ritmo às terras fluminenses para executá-lo nas festas dos terreiros. Os lugares onde aconteciam essas reuniões de músicos e compositores receberam o nome de “Pequena África”. Lá, se misturavam violas e batuques africanos com ritmos caboclos.
As festividades também tinham nome: pagode. A partir delas, nasceram o maxixe e o que seria o samba. O primeiro logo passou das camadas mais populares para os bailes da burguesia carioca. O maxixe chamava atenção pelos requebros sensuais e acrobacias. Na Olimpíada de Paris 2024, torceremos por muito maxixe nos pódios brasileiros.
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