Após quase cinco meses no ar, o Alpha Pod – podcast original da Alpha FM apresentado por Celso Giunti – chegou ao 10º episódio, e o convidado especial foi o ator Eri Johnson, 63 (assista à íntegra no fim do texto). O artista tem 44 anos de carreira em teatro, televisão e cinema com passagens por TV Globo, onde ficou 32 anos, além de Record e Rede TV.
Eri Johnson é carioca, torcedor do Vasco, Salgueiro de coração e fã do cantor Roberto Carlos. Ele, inclusive, é mestre de cerimônias do navio do Rei há mais de uma década. Roberto foi um dos primeiros assuntos da entrevista, quando o ator comentava o uso massivo de redes sociais hoje em dia.
Ainda que tenha mais de 3,5 milhões de seguidores no Instagram, Eri destacou que a plataforma pouco serve para atrair público. “Com talento, você faz dinheiro”, pontuou. Ele também deu a própria definição sobre o que seria um influencer:
“O influencer para mim é o Roberto Carlos. Roberto Carlos é digno para mim de me influenciar com as suas canções, sua postura artística. O que é um influencer para mim? Eu sou vascaíno, é um Zico, que é do Flamengo, era o Roberto Dinamite, o Pelé. Nos dias de hoje, você tem essa menina, a Ana Castela. Essa é uma influencer, porque ela influencia a criançada, a criançada vai (no show) toda vestida igual aquela menina, aquela cantora talentosa.”
Início da carreira
O primeiro trabalho de Eri Johnson na TV foi como figurante da novela Dancin’ Days (1978). Ali, aquele jovem que vivia jogando bola no clube do Vasco começou a gostar de atuação. O seu verdadeiro lançamento, porém, só viria 12 anos depois, segundo ele, com a interpretação do personagem “Lulu” na novela Barriga de Aluguel (1990).
“Quem me lançou na televisão foi o (diretor) Wolf Maya. Ele tem um dom de estudar o teu personagem com um olhar para que você se sinta à vontade naquele personagem”, contou. Mas se tinha um diretor e produtor favorito de Eri esse era Roberto Talma, falecido em 2015.
“O Talma foi um dos caras que mais me ensinou e hoje tudo o que eu faço na televisão e no teatro eu tenho impressão que o Talma está me dirigindo. Pode ser o diretor que for, eu faço pensando que o Talma gostaria que eu estivesse fazendo daquele jeito”. Talma comandou, por exemplo, o espetáculo “Eri pinta, Johnson borda” em cartaz há mais de 10 anos.
Ao Alpha Pod, Eri afirmou que era um jovem ator curioso e tinha vontade de aprender. “Televisão eu não ficava de férias, eu ficava sempre à disposição. Eu nunca sumia, porque eu sempre gostei de tudo da televisão e de aprender”.
Na entrevista, repentinamente, ele se emocionou ao recordar do começo da carreira. “O que eu sabia era para não atrapalhar ninguém”, citando mestres que contracenou, como Paulo Gracindo (1911-1995), Cláudio Corrêa e Castro (1928-2005) e Ary Fontoura, 91.
Lado pessoal
Recobrando a fala, Johnson atribuiu a Deus o sucesso na vida profissional. “Eu tinha certeza que eu ia acontecer, porque eu tenho muita fé em Deus. Eu me preparei, eu falei: eu vou acontecer nessa vida. Mas eu quero acontecer sem perder a liberdade, a intimidade, a vontade de ser o que eu sou.”
Eri enfatiza que não tem religião, mantendo uma “conexão direta”. “Eu combinei com Deus que ia falar muito dele sem ter religião. Em 1978, comecei a escrever para Deus, bater papo com Deus”, completou. Ele promete um espetáculo “Falando de Deus com Deus”.
Em outros momentos da entrevista, o ator lembrou momentos engraçados com os ex-jogadores Romário e Vampeta. Eri é da turma do futevôlei. Hoje, ele está morando em Balneário Camboriú-SC, e acha que não voltaria a morar no Rio de Janeiro.
Solteiro, tendo tido casado por menos de dois anos com a médica Alice Souto, não descarta totalmente a possibilidade de ser pai. “Tive vontade de ser lá atrás, mas depois me deu uma vontade de ser livre. Eu sou livre, eu posso tudo. Mas se ela (uma eventual nova companheira) chegar de um jeito diferente, eu estou com ela.”