Toto retorna ao Brasil de maneira triunfal com show em São Paulo

Após dezessete anos, banda voltou ao país neste domingo (24), onde tocou no Espaço Unimed, em São Paulo

Foto: Stephan Solon/ Divulgação 30e

Depois de dezessete anos, o Toto voltou ao Brasil. Com a turnê “Dogz of Oz Tour”, a banda quebrou o seu jejum sem shows no país e tocou para fãs empolgados, que esgotaram os ingressos, em São Paulo, no Espaço Unimed, no último domingo (24).

A apresentação não só ficou marcada como a primeira por aqui desde 2007, mas como a primeira em território nacional desde que a banda anunciou a retomada das atividades em 2020, após pequeno hiato. A formação atual e principal inclui Steve Lukather (guitarra e membro fundador) e Joseph Williams (voz).

Já Warren Ham (instrumentos de sopro), Greg Phillinganes (teclado), Shannon Forrest (bateria), John Pierce (baixo) e Dennis Atlas (teclado e vocais) atuam como integrantes de apoio. Vale mencionar que Joe entrou para o grupo pela primeira vez em 1986, substituindo Bobby Kimball, hoje aposentado dos palcos por questões de saúde. Por sua vez, o tecladista David Paich participa apenas dos bastidores, mas não está mais na estrada.

A abertura da banda Saudade

Músicas de Dire Straits, The Police e The Clash criaram uma ambientação, até que a banda Saudade iniciasse a abertura às 20h. Saulo von Seehausen, líder do grupo, contou ao público como o lançamento do álbum “bem vindo, amanhecer”, em 2022, mudou sua vida e descreveu a oportunidade de estar ali como um sonho, já que o Toto “influenciou tanta gente” e os próprios.

O músico também destacou que dividia o palco com os “amigos” e ainda brincou que estava com a perna tremendo tamanha empolgação. Entre os destaques, ficou uma homenagem para Guilherme Arantes, ao tocarem “Meu mundo e nada mais”, e a estreia da faixa “Domingo”, com lançamento para o dia 6 de dezembro, com a participação de Natalia Carreira.

O show triunfal do Toto

Pouco antes das 21h, as luzes apagaram, enquanto as caixas de som ficaram preenchidas com “Free Fallin”, de Tom Petty, e “You Can Call Me Al”, de Paul Simon. Diante das primeiras notas de “Hip to Be Square”, do Huey Lewis and the News, o Toto finalmente subiu ao palco.

Em suma, a banda apresentou um setlist equilibrado, dividindo os clássicos de forma inteligente e espaçada ao longo das mais de 2h de performance. Ao mesmo tempo, interagiram com o público, contaram histórias e demonstraram boa química, não só profissional, mas pessoal, sempre fazendo gracinhas um com o outro, enaltecendo os colegas e tornando o ambiente agradável e divertido de se observar. Para completar, a tapeçaria no chão e as inúmeras luzes coloridas deram um tom ainda mais interessante ao espetáculo.

Era visível a animação do público, composto pelas mais diversas gerações. Não era incomum encontrar pais acompanhados dos filhos crianças ou adolescentes, que, por saberem cantar as faixas, provaram como os hits do Toto são atemporais.

Carisma de Joe e Steve

Joe, com seus típicos óculos escuros e uma encharpe, empunhou um pandeiro a noite inteira. Por mais de uma vez, perguntou se os fãs estavam se divertindo e esbanjou carisma, sempre sorrindo, arriscando caretas e até tocando um teclado imaginário no final de “Burn”. Ainda elogiou os brasileiros, dizendo que conseguia ouvir o público cantando alto, e tirou um tempo para certas piadinhas.

Por exemplo, em “Pamela”, afirmou entre risadas que a letra era sobre uma antiga namorada e que, para superar o luto de perdê-la, cantava a faixa. Antes de “Stop Loving You”, contou em tom bem humorado:

“Vou contar uma história: em 1997, cheguei no estúdio bem cedo e vi Steve e David Paich bem próximos um do outro. E eu ouvi dave docemente dizer ‘não consigo parar de te amar.”

Já Steve, com um terno brilhante, tinha uma cerveja Corona pendurada no pedestal do microfone e utilizou a bebida quase como um acessório. Em meio aos solos impressionantes, com os quais era ovacionado, sempre brincava que iria beber sua “falsa cerveja”.

Aliás, fez questão de mencionar a beleza das mulheres brasileiras antes de tocar o clássico “I’ll Be Over You” e quis dar uma arrumada no cabelo só para fazer uma graça depois da faixa orientada ao funk “Georgy Porgy”, como o próprio descreveu.

Claro, nenhum dos dois ícones deixou o lado sentimental esquecido. Sobretudo, o guitarrista dedicou “Little Wing”, cover de Jimi Hendrix, para o saudoso baterista Jeff Porcaro, enquanto fez o mesmo com a releitura de “With a Little Help From My Friends”, dos Beatles, porém a oferecendo ao público. Por sua vez, Joe atribuiu “A Thousand Years” ao irmão Mark Williams e à filha.

Competência dos músicos de apoio

Os músicos de apoio tiveram seu espaço para brilhar. Greg, que ficou conhecido pela parceria com Stevie Wonder e Michael Jackson, pôde fazer um solo de teclado e, durante o momento, contou com a ajuda dos presentes, que entoaram “I Won’t Hold You Back” enquanto tocava. Mais tarde, Shanon ficou sozinho para um solo de bateria. Uma curiosidade: o baterista colaborou com Taylor Swift no álbum “Speak Now” (2010).

Antes de “Dying on My Feet”, Steve apresentou de maneira detalhada cada um dos integrantes à plateia. Como uma espécie de introdução aos seus trabalhos e influências, os músicos acabaram tocando trechos de “Beat It”, do Michael Jackson, “The Power of Love”, popularizada por Céline Dion, e até de “Hakuna Matata” – já que Joe emprestou sua voz para a animação “Rei Leão”.

Fim com chave de ouro

Sobretudo, o melhor ficou para o final. Isso porque o Toto emendou como encerramento dois de seus maiores hits em versões estendidas: “Rosanna” e “Africa”. Não é nem preciso dizer que ambas as canções foram o ponto alto e de maior histeria, com muitas palmas e coros.

Por fim, sob gritos sincronizados da plateia, a banda agradeceu à frente do palco, ciente do grande espetáculo que apresentaram. “Walk of Life”, do Dire Straits, nas caixas de som encerrou a noite com chave de ouro.

Toto em São Paulo – Setlist

  1. Girl Goodbye
  2. Hold the Line
  3. 99
  4. Pamela
  5. Jake to the Bone
  6. Solo de teclado
  7. Burn
  8. I’ll Be Over You
  9. Stop Loving You
  10. Little Wing
  11. Solo de bateria
  12. I’ll Supply the Love
  13. A Thousand Years
  14. Georgy Porgy
  15. Dying on My Feet
  16. Home of the Brave
  17. With a Little Help From My Friends
  18. Rosanna
  19. Africa

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