Auto da Compadecida 2: o que esperar da sequência do clássico do cinema brasileiro?

A última grande estreia de 2024 está chegando! “Auto da Compadecida 2” é a sequência de um dos filmes que marcaram o cinema brasileiro nos anos 2000. Com direção de Guel Arraes, temos um elenco de peso com Selton Mello e Matheus Nachtergaele reprisando seus papéis como Chicó e João Grilo.

O novo longa-metragem se passa 25 anos após os acontecimentos do primeiro filme baseado no texto de Ariano Suassuna. Em suma, após a ressureição de João Grilo, ele tornou-se uma figura adorada na cidade de Taperoá. O principal motivo para isso são as histórias de Chicó, que contam as fábulas e aventuras do amigo em forma de poesia.

Diferente do original, “Auto da Compadecida 2” não tem um texto para adaptar. Quem fez o exercício de criar a história foram Guel e o roteirista João Falcão, pensando muito em como Suassuna contaria esta nova narrativa. Uma tarefa incrivelmente árdua e de muita suposição.

Amizade, amor e fé 

O roteiro tem como base três grandes pilares muito presentes na obra do escritor paraibano: amizade, amor e fé. Amor sendo representado no romance entre Chicó e dona Rosinha, e a fé se apresenta no encontro do personagem de Nachtergaele com a Aparecida.

As mudanças, no entanto, são o grande charme do filme. Todos os cenários foram feitos dentro de estúdios, utilizando tecnologia de última geração, com o objetivo de trazer um ar mais onírico para os acontecimentos na vida desta dupla.

Outro grande acerto do filme é a trilha sonora. A música ajuda a compor a narrativa, com três canções aparecendo em momentos chave do longa-metragem. João Gomes, por exemplo, canta uma versão do clássico de Milton Nascimento, “Canção da América”. Já Chico César empresta sua voz para a faixa “Como Vai Você” e Maria Bethânia traz uma versão poderosa de “Uma Prece a Nossa Senhora”.

O desfecho, contudo, se apoia imensamente no primeiro “Auto da Compadecida”, onde um milagre acontece. Apesar da cena de tribunal com Diabo, Jesus e a Compadecida mostrar todo o poder de interpretação de Matheus Nachtergaele, é uma repetição da fórmula do primeiro.

Ainda assim, há um frescor em rever a dupla nos cinemas, e escutar a icônica frase “Não sei. Só sei que foi assim”.

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