A decisão que suspende a canção “Million Years Ago”, de Adele, das plataformas digitais segue em voga no Brasil. Em fevereiro de 2024, o compositor brasileiro Toninho Geraes acusou a artista de ter plagiado a música “Mulheres” (1995) por meio da faixa “Million Years Ago” (2015).
Posteriormente, em dezembro, o juiz Victor Torres, da 6ª Vara empresarial do Rio de Janeiro, vetou a reprodução e comercialização da canção da cantora nas plataformas de streaming sem a autorização de Toninho.
Nesta sexta-feira (10), o juiz Torres decidiu com o limiar. Além disso, ele ainda negou o pedido dos advogados da artista por R$ 1 milhão para cobrir os prejuízos da decisão. A defesa de Toninho criticou a defesa da britânica. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o advogado Fredímio Trotta diz que a medida dos réus é uma “cortina de fumaça” e de intimidação, afirmando que o músico vai rebatê-la.
“Eles peticionam com dois objetivos evidentes, lançar uma cortina de fumaça para desviar o foco da falsidade e, ao mesmo tempo, tentar intimidar o autor para que o mesmo esmoreça“, declarou o profissional.
Deborah Sztajnberg, também advogada do brasileiro, afirmou ao jornal O Globo: “O depósito caução não existe quando do lado de cá está um humilde compositor e do lado de lá é uma gravadora daquele tamanho e a Adele”.
Ainda, ela compartilhou ao veículo que Geraes está no prejuízo devido ao não cumprimento do limiar. Vale lembrar que “Million Years Ago” continua disponível no YouTube, Deezer e Spotify.
“Agora, com a liminar mantida, vão ser intimados novamente”, disse. “A gente já está cobrando a multa. Se você já se deu como citado, já tinha que ter tirado a música do ar. Nós já entramos com outra petição, mandando eles pagarem a multa, R$ 50 mil por dia, em favor do compositor. Ele já tem um rombo, porque a decisão nunca foi cumprida.”
Adele x Toninho Geraes
Em fevereiro de 2024, o compositor brasileiro Toninho Geraes acusou Adele de ter plagiado a música “Mulheres” (1995) por meio da faixa “Million Years Ago” (2015).
Em dezembro, o juiz Victor Torres, da 6ª Vara empresarial do Rio de Janeiro, vetou a reprodução e comercialização da canção da cantora nas plataformas de streaming sem a autorização de Toninho. Assim, a proibição da veiculação da canção ocorre por “forte indício de quase integral consonância melódica” entre as duas músicas, ainda de acordo com o juiz.
Por outro lado, a Universal Music, uma das acusadas no processo e detentora da Sony Music, que representa a britânica, se manifestou sobre o ocorrido. De acordo com Ancelmo Gois, para O Globo, a empresa nega a possibilidade de plágio. “Em essência, ao fato de diversas músicas utilizarem um clichê musical conhecido como Progressão de Acordes pelo Círculo de Quintas”, disse a defesa.
Ainda, a Universal alega que a liminar é “desproporcional e provoca dano inverso aos réus”. Eles completam afirmando que a suspensão de “Million Years Ago” “acarretará prejuízos econômicos significativos e comprometerá a liberdade artística dos envolvidos”.
