Nesta quinta-feira (23), o filme “Ainda Estou Aqui” entrou para a história. Dirigida por Walter Salles, a produção concorre ao Oscar nas categorias de “Melhor Filme Internacional” e “Melhor Filme”, um feito inédito para o Brasil. Fernanda Torres, atriz protagonista do longa-metragem, também está na disputa pela estatueta de “Melhor Atriz”.
Para além do enredo e atuações, um dos destaques da película é a trilha sonora. Warren Ellis, músico e compositor australiano conhecido pelos trabalhos com Nick Cave and the Bad Seeds e Dirty Three, ficou responsável pelas canções de ambientação.
“O que abriu essa possibilidade foi justamente o fato de a primeira parte do filme ser ritmada pela Tropicália, pelo encontro de correntes musicais de continentes distintos. Gosto do trabalho de Warren em ‘Mustang’ e outros filmes independentes. Ele é um homem-orquestra, gravou todos os instrumentos da trilha, com exceção das percussões, que ficaram a cargo de um músico que trabalhou com Cesária Évora. É uma trilha em que a questão do silêncio, dos espaços vazios, acabou sendo central, como na cena da ducha de Eunice, no retorno do DOI-Codi”, explicou Salles a respeito da escolha ao Estado de Minas.
Músicas consagradas também compuseram as cenas. Veja a lista completa abaixo com as 17 canções:
- “A Festa Do Santo Reis” – Tim Maia
- “Jimmy, Renda-Se” – Tom Zé
- “É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo” – Erasmo Carlos
- “Acaua” – Gal Costa
- “Je T’aime Moi Non Plus” – Serge Gainsbourg Et Jnae Birkin
- “Alexander” – Philip May, Alan Walker, Richard Taylor Clifford, John Povey
- “Take Me Back To Piaui” – Juca Chaves
- “Baby” – Os Mutantes
- “Agoniza Mas Não Morre” – Nelson Sargento
- “As Curvas Da Estrada De Santos” – Roberto Carlos
- “Como Dois E Dois” – Roberto Carlos
- ‘The Ghetto” – Donny Hathaway
- “The Fight” – Johann Johannsson
- “Fora Da Ordem” – Caetano Veloso
- “Petit Pays” – Cesaria Evora
- “Um Indio Live In Brazil” – Caetano Veloso
- “Falsa Baiana” – Gal Costa
Sobre “Ainda Estou Aqui”
“Ainda Estou Aqui” marca a volta de Salles ao cinema, sendo seu primeiro longa ficcional em 12 anos. Sobretudo, o longa-metragem conta com parceiras de longo prazo , como Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
A produção, que estreou nos cinemas brasileiros em novembro, é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva. Em síntese, o autor discorre em quase 300 páginas, suas memórias, primordialmente, em relação à sua mãe, Eunice Paiva.
A protagonista da história, Eunice, foi personagem importante na luta da democracia no período da Ditadura Militar brasileira, especialmente após a prisão e desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, em 1971.
No filme, Fernanda Torres vive a matriarca da família Paiva, e dessa forma, traz à luz a sua luta por justiça após a perda do marido, como advogada e mãe de cinco filhos. Analogamente, Fernanda Montenegro, mãe de Torres, interpreta Paiva já na velhice, com diagnóstico de Alzheimer.
