Exatamente 17 dias antes de nos deixar na última terça-feira (22), Ozzy Osbourne fez sua despedida dos palcos. Tanto em set solo quanto com o Black Sabbath, o Príncipe das Trevas subiu ao palco pela última vez, no Villa Park, em Birmingham, na Inglaterra, no festival “Back to the Beginning” – idealizado especialmente para a ocasião.
Inicialmente, a ideia era que o Madman cantasse em pé. No programa Ozzy Speaks em abril, o cantor revelou que passava por uma preparação física intensa para dar conta do recado:
“Já vai fazer sete anos [desde que fiz um show completo], e nesse tempo todo passei por várias cirurgias. É realmente como começar do zero. Estou passando por um treinamento de resistência. A primeira coisa que você perde quando fica de repouso é a sua resistência física, então, acredite se quiser, estou fazendo duas sessões diárias de caminhadas de três minutos e também treino com pesos. Tenho que retomar o ritmo, sabe?”
No mês seguinte, acrescentou ao The Guardian:
“Faço musculação, ando de bicicleta, e tenho um profissional morando na minha casa que está trabalhando comigo. É difícil — fiquei tanto tempo parado. Fiquei deitado sem fazer nada, e a primeira coisa que se perde é a força. É como começar tudo de novo. Tenho um preparador vocal vindo quatro vezes por semana para manter minha voz ativa. Tenho dificuldades para andar. Também lido com problemas de pressão arterial, por causa de coágulos nas pernas. Estou acostumado a passar duas horas no palco, pulando e correndo. Acho que desta vez não vou estar pulando ou correndo muito. Talvez eu esteja sentado.”
Porém, ainda assim, não foi suficiente e Osbourne precisou cantar sentado em um trono. Segundo o guitarrista Tony Iommi à BBC (via Billboard), essa era a última coisa que ele queria, mas não houve alternativa:
“Eu penso nele e na diversão que tivemos, de verdade. Isso foi o mais estranho ao fazer esse [último] show, porque o Ozzy estava sentado em um trono, sabe, e essa era a última coisa que o Ozzy gostaria — mas teve que ser assim. Normalmente, ele estaria pulando pelo palco e vindo até mim fazendo caretas. Sabe, ele sempre fazia a gente rir. E era o mesmo com o [Geezer Butler], sempre foi assim desde sempre, e a gente sempre se provocava.”
No evento, Ozzy apresentou cinco faixas no show solo, executadas com Zakk Wylde (guitarra), Mike Inez (baixo), Adam Wakeman (teclados) e Tommy Clufetos (bateria). O repertório da apresentação foi: “I Don’t Know”, “Mr. Crowley”, “Suicide Solution”, “Mama I’m Coming Home” e “Crazy Train”.
Já ao lado dos colegas do Sabbath, Iommi, Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), Ozzy também apostou em um setlist curto, com apenas quatro canções: ”War Pigs”, “N.I.B.”, “Iron Man” e “Paranoid”.
