Após décadas de debates, estudos e idas e vindas, o Brasil se aproxima de um marco histórico em sua infraestrutura de mobilidade: o início da implantação do primeiro trem de alta velocidade do país, conectando São Paulo ao Rio de Janeiro. A proposta, tratada durante anos como um sonho distante, volta à pauta com cronograma definido e investimentos integralmente privados.
O país, que já teve uma malha ferroviária ampla e influente na primeira metade do século 20, viu sua rede perder espaço para ônibus e aviões ao longo das décadas. Com a retomada do interesse por alternativas rápidas e sustentáveis, o trem de alta velocidade surge como um símbolo de modernização — e pode reposicionar o transporte ferroviário brasileiro no cenário internacional.

Como será a linha SP–Rio?
O projeto prevê um percurso de 417 quilômetros, operado em trilhos capazes de receber composições que atingem 320 km/h. Nesse ritmo, a viagem entre as duas maiores metrópoles do país será concluída em 1h45min, tempo próximo ao de um voo comercial — porém com embarque simplificado e sem deslocamentos longos até aeroportos.
O trajeto incluirá paradas em São José dos Campos (SP) e Volta Redonda (RJ), com possibilidade de ramificação futura até Campinas. Os valores estimados indicam uma tarifa de R$ 500 para o trecho completo e R$ 250 para cidades intermediárias, segundo a TAV Brasil, empresa responsável pelo projeto.
Investimento e início da construção
Orçado em aproximadamente R$ 60 bilhões, o trem-bala será financiado integralmente pela iniciativa privada. A previsão é de que as obras comecem em 2028, com inauguração estimada para 2032, caso o cronograma seja mantido.
Quando entrar em operação, o novo sistema deve redefinir deslocamentos entre Sudeste e Sul fluminense, diminuindo o trânsito nas rodovias e oferecendo uma alternativa mais rápida, estável e ambientalmente eficiente.
Além de representar um avanço tecnológico, o trem-bala poderá alterar hábitos de viagem. Visitar o Rio para um bate-volta, um show ou um fim de semana na praia se tornará mais simples — assim como vir a São Paulo para eventos, negócios e turismo urbano.
Enquanto o embarque nesse futuro próximo não chega, o projeto volta a alimentar expectativas de que o Brasil finalmente dará um passo importante no transporte de alta velocidade.


