No último domingo (14), o diretor norte-americano Rob Reiner nos deixou. O cineasta foi encontrado morto ao lado de sua esposa, Michele, em sua residência em Los Angeles, Califórnia. Segundo a revista People, a causa foi atribuída como homicídio, e o filho do casal, Nick, foi detido pela polícia do estado, que investiga o crime.
“É com profunda tristeza que anunciamos o trágico falecimento de Michele e Rob Reiner. Estamos de coração partido por essa perda repentina e pedimos privacidade neste momento incrivelmente difícil”, disse um porta-voz da família em comunicado.
Um dos grandes feitos da carreira de Rob esteve no pseudodocumentário “Isto é Spinal Tap”. Lançado em 1984, o longa acompanha a fictícia banda britânica de heavy metal Spinal Tap durante uma turnê pelos Estados Unidos. O filme satiriza, de forma documental, os excessos, a falta de profissionalismo e as situações absurdas dos bastidores do rock, como egos inflados, problemas técnicos recorrentes e decisões criativas sem sentido.
Misturando improvisação e humor, a obra expõe clichês da indústria musical e tornou-se um clássico cult. No fim das contas, o grupo ficcional chegou à vida real, lançando, verdadeiramente, os discos “This Is Spinal Tap” (1984), “Break Like the Wind” (1992) e “Back from the Dead” (2009). Neste ano, o filme ganhou uma continuação, chamada “Spinal Tap II: The End Continues”, com participações de Elton John e Paul McCartney
O impacto foi tão grande que “Spinal Tap” virou um termo descritivo relacionado a situações caóticas ou absurdas nos bastidores da música, exageros típicos do rock e histórias de turnê que parecem inacreditáveis, mas são reais. No filme, há uma cena em que o guitarrista Nigel Tufnel mostra seus amplificadores, cujos botões de volume, em vez irem de 0 a 10, como é padrão, vão até 11, o que também gerou a expressão popular “up to eleven” – referência a “elevar algo ao máximo”.
Além disso, “Isto é Spinal Tap” virou uma referência para uma série de artistas, que identificavam-se com a trama. Robert Plant, por exemplo, disse em um Q&A em 2005 que a cena em que os músicos se perdem indo para o palco o lembrou da própria realidade com o Led Zeppelin.
Lars Ulrich, Ozzy Osbourne, George Lynch, Brad Whitford e Dave Grohl também já exaltaram a obra. Jack Black, ator, comediante e vocalista do Suicidal Tendencies, descreveu o filme como “único bom longa-metragem” de rock, em recente entrevista ao The Times (via Igor Miranda):
“É sempre um assunto delicado, porque nunca existiu um bom filme de rock, exceto ‘Isto é Spinal Tap’.”
Inclusive, a capa do álbum homônimo do Metallica, conhecido como “Black Album”, de 1991, parece traçar um paralelo com o disco “Smell the Glove”. O fato foi até mencionado no documentário “A Year and a Half in the Life of Metallica”.


