Pedro Emílio vem ganhando destaque na cena musical brasileira. Misturando pop, indie e R&B, o cantor disponibilizou o seu álbum de estreia “Enquanto Os Distraídos Amam” no último mês de maio e, com o disco, recebeu uma indicação ao Grammy Latino.
Sua trajetória começou aos 6 anos de idade, quando o artista soteropolitano radicado em São Paulo cantava na igreja. Pouco mais tarde, aos 13, compôs a sua primeira canção. “Era uma música gospel, eu reproduzia muita coisa que eu ouvia”, relembrou em conversa com a Alpha FM.
O reconhecimento maior veio durante a pandemia, quando, em 2020, passou a publicar um cover por dia nas redes sociais. No fim das contas, a iniciativa gerou mais de 200 vídeos caseiros produzidos pelo próprio Pedro e viralizou, como explicou: “O primeiro cover que viralizou foi de ‘Coisas Que Eu Sei’, de Danni Carlos. Acho que bateu um milhão e cem mil views em poucos meses. A partir desse cover, meu número de seguidores cresceu de maneira considerável. Eu bati 50 mil seguidores nessa época no meu Instagram antigo e que hoje está desativado.”
Assim, a partir de 2021, Emílio passou a soltar singles, seguidos de três EPs: “Travessia” (2021), “Regresso” (2023) e “singelo” (2023). Tais projetos o levaram até a criação do primeiro disco completo, “Enquanto Os Distraídos Amam”, que envolveu muita pesquisa e um time de peso.
“A diferença desse trabalho para os trabalhos anteriores é porque eu acho que meus trabalhos anteriores falavam muito sobre o que estava no meu coração, e não que as coisas de ‘Enquanto Os Distraídos Amam’ não estavam no meu coração, mas no sentido de vida mesmo. Antes desse álbum, eu respondia com música aos acontecimentos da minha vida, já nele, eu quis responder com música as conversas que eu tive, as coisas que eu via na hora, uma cena que eu via no bar e aí nascia uma frase.”
Com participações de Paulo Novaes e Mestrinho, “Enquanto Os Distraídos Amam” teve produção de Matheus Stiirmer, que dividiu a engenharia de som com Tó Brandileone, integrante da banda 5 a Seco. Já a mixagem é assinada por Pedro Peixoto e a masterização por Fili Filizzola.
Com a repercussão, o trabalho recebeu uma nomeação ao Grammy Latino, na categoria “Melhor Álbum de Engenharia de Gravação”, na qual Liniker também concorre com o disco “Caju” (2024). “Lembro que eu fiquei muito desacreditado [quando vi], achei que tinham errado. Dois dias depois que eu consegui comemorar, entender… até hoje eu ando digerindo tudo que está acontecendo por conta dessa indicação. Não diria que ela abre portas, mas talvez ela só tire a fechadura [risos]”.
Agora, depois da recepção positiva, Pedro está preparado para iniciar um novo capítulo com o single “Plano Original”, lançado na última quarta-feira (22). “É uma música que tem muitas marcações de células rítmicas. Acho que ela também é como se fosse um anexo de ‘Enquanto os Distraídos Amam’ e eu acho que pegar referência dos anos 80, da música preta, americana, dessa época, era quase inevitável porque eu sempre gostei de ouvir isso”, revelou a respeito das influências da disco funk dos anos 80, black music e merengue antigo na canção.
