Eric Clapton, aclamado como um dos maiores guitarristas de todos os tempos, enfrenta um desafio inesperado ao tocar uma de suas canções mais icônicas, “Layla”, ao vivo. Embora músicos profissionais geralmente dominem suas composições no palco, ele admite que essa faixa em particular apresenta dificuldades únicas. Assim, tornando quase impossível de executá-la corretamente em uma apresentação ao vivo sem uma banda de apoio robusta.
“Layla” nasceu de uma turbulenta fase emocional na vida do astro, quando ele se viu no centro de um dos triângulos amorosos mais famosos da história do rock. A música foi inspirada em Pattie Boyd, então esposa de George Harrison, um dos melhores amigos dele na época. A paixão não correspondida impulsionou o astro a formar a banda Derek and the Dominos e a compor o álbum “Layla and Other Assorted Love Songs”, que se tornou uma carta de amor musical dedicada a ela.
A complexidade da canção
A gravação original de “Layla” é complexa e repleta de elementos que, segundo o guitarrista, são difíceis de replicar no palco (via Far Out Magazine). A faixa conta com a participação do guitarrista Duane Allman, que contribuiu com solos icônicos. Cada integrante da banda teve um papel crucial na construção da música, o que torna sua execução ao vivo uma tarefa desafiadora, especialmente em uma formação reduzida.
Em uma entrevista com Mike Hrano, Clapton compartilhou suas dificuldades ao tocar o hit ao vivo: “Eu preciso ter um bom conjunto de músicos para que todos os ingredientes funcionem. É difícil tocá-la como um quarteto, por exemplo, porque há partes em que é necessário tocar e cantar em linhas completamente opostas. Portanto, é quase impossível de fazer.”
A dificuldade levou o músico a adaptá-la para suas apresentações ao vivo, como na versão acústica que tocou no famoso álbum “Unplugged”, lançado em 1992. Ela ganhou uma nova roupagem, com um arranjo mais simples e intimista, que se afastou da grandiosidade da gravação original. Essa adaptação, embora bem-sucedida, foi mais uma necessidade do que uma escolha artística. Sobretudo, refletindo as dificuldades enfrentadas por Clapton ao tentar replicar a complexidade da original no palco.
Apesar dos desafios, “Layla” continua sendo uma das canções mais amadas e reconhecidas do artista, tanto em sua versão original quanto na acústica. O sucesso transcendeu seu propósito inicial e, para Clapton, tornou-se quase como se pertencesse a outra pessoa. “Às vezes, minha própria música pode ser assim: depois que ela já cumpriu seu propósito de ser uma boa música, não me associo mais a ela; é como se fosse de outra pessoa”, revelou o guitarrista.
Eric Clapton no Brasil
Antes de subir ao palco do grandioso Allianz Parque, no dia 29 de setembro, com capacidade para mais de 40 mil pessoas, Eric Clapton tocará, na véspera, na Vibra São Paulo, para cerca de 7 mil admiradores. A primeira data segue com ingressos disponíveis na Livepass.
A agenda de shows, com a abertura de Gary Clark Jr., integra a turnê comemorativa aos 60 anos de carreira do músico. Não só a capital paulista faz parte da rota, mas também Curitiba e Rio de Janeiro.
Surpreendentemente, essas serão as primeiras apresentações do artista no país em mais de uma década: a última passagem por aqui aconteceu em 2011, quando fez dois shows na cidade maravilhosa, uma apresentação em São Paulo e outra em Porto Alegre. Anteriormente, Clapton já havia passado pelo Brasil em 1990 e em 2001.