A tradicional Festa do Imigrante, em São Paulo, não ocorrerá em 2024. O Museu da Imigração confirmou a informação à Alpha FM nesta sexta-feira (1º). O evento cultural é sempre um dos mais aguardados do calendário da capital neste segundo semestre.
“O Museu da Imigração realiza alguns projetos condicionados à captação de recursos, entre eles a Festa do Imigrante. Neste ano os esforços foram direcionados a outras grandes ações, que serão divulgadas em breve”, informou a instituição sem dar mais detalhes.
No ano passado, a 28ª edição da festa movimentou o complexo da antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás por quatro dias e com filas para entrar principalmente no fim de semana. 55 países e regiões do mundo se fizeram representados em barracas de gastronomia, artesanato e ainda em exibições de música e dança.
O último balanço de público divulgado foi o da edição de 2022. Naquele ano, conforme o governo do estado, mais de 30 mil pessoas participaram da Festa do Imigrante. A reportagem da Alpha FM procurou alguns dos últimos expositores, e a maioria deles falou que não sabia se o evento iria ou não ocorrer neste ano.
Opinião dos expositores
“Para definir a nossa programação, eu entrei em contato com eles no meio do ano e me disseram que talvez não teria”, contou Gislaine Fanger, da Colônia Helvetia, de imigrantes suíços. Nas últimas semanas, quem comentava sobre a festa no Instagram do Museu da Imigração recebia como resposta: “no momento não há data e programação definida”.
Outro que ficou sem saber ao certo foi Henri Magnee, proprietário da Henri’s Creperia, de culinária belga. “Eu tentei obter uma posição e não tive resposta. A gente se sente triste, não é só a questão financeira, mas a divulgação, o contato com as pessoas. Nada me tira da cabeça que é questão política”, declarou.
Dono do Macondo Raizes Colombianas, Jair Abril lamentou o cancelamento. “A gente sempre contava com esse evento, era um evento bom”, disse o proprietário do restaurante, que expunha na festa havia quatro anos. Já Eduardo Pitchou, do restaurante Congolinária, minimizou o fato. “É tradição, mas isso cabe a eles. Para nós, é mais um evento”.
A Alpha FM pediu um posicionamento à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, questionando as motivações e as ditas outras ações em planejamento, e aguarda uma resposta. O espaço está aberto.