A batalha judicial entre Adele e Toninho Geraes ganhou mais um capítulo. Um laudo técnico feito por Rafael Bittencourt, fundador e guitarrista do Angra, aponta semelhanças entre “Million Years Ago“, lançada pela cantora britânica em 2015, e “Mulheres“, escrita por Geraes em 1995.
Segundo o portal Splash, do UOL, o documento de 25 páginas foi anexado ao processo e corrobora a tese de plágio. Para o advogado Fredímio Biosotto Trotta, representante de Toninho que fez o pedido a Bittencourt, o laudo é “demolidor, irretocável“.
A notícia que o músico estava trabalhando nessa papelada começou a circular ainda em janeiro deste ano. Nela, consta que “a progressão de acordes da canção de Toninho, ‘Mulheres’, foi reproduzida ‘por uma escolha criativa da obra copiada‘”, conforme reportado pelo Splash, que teve acesso ao texto.
Rafael destaca que “a estrutura melódica e as pausas vocais de ambas canções são idênticas” e reitera as semelhanças entre a introdução da música brasileira e do sucesso de Adele.
Ainda, ele faz um apontamento inédito no trâmite: a “semelhança fonética” da palavras “mulheres”, título da música brasileira, e “Million Years”, “quando pronunciada por pessoa de ‘forte sotaque britânico'”, como Adele.
Até o momento, a Universal Music, uma das acusadas no processo, e seus representantes não retornaram as tentativas de contato por parte da UOL. No entanto, vale lembrar que tanto a cantora quanto a empresa negam as acusações.
Adele x Toninho Geraes
Em fevereiro de 2024, o compositor brasileiro Toninho Geraes acusou Adele de ter plagiado a música “Mulheres” (1995) por meio da faixa “Million Years Ago” (2015).
Em dezembro, o juiz Victor Torres vetou a reprodução e comercialização da canção da cantora sem a autorização de Toninho em razão de “forte indício de quase integral consonância melódica” entre as duas músicas.
Por outro lado, a Universal Music, uma das acusadas no processo e detentora da Sony Music, que representa a britânica, se manifestou sobre o ocorrido. De acordo com Ancelmo Gois, para O Globo, a empresa nega a possibilidade de plágio. “Em essência, ao fato de diversas músicas utilizarem um clichê musical conhecido como Progressão de Acordes pelo Círculo de Quintas”, disse a defesa.
Ainda, a Universal alega que a liminar é “desproporcional e provoca dano inverso aos réus”. Eles completam afirmando que a suspensão de “Million Years Ago” “acarretará prejuízos econômicos significativos e comprometerá a liberdade artística dos envolvidos”.
Sobre o caso, o juiz Victor Torres, da 6ª Vara empresarial do Rio de Janeiro, já concordou que ambas as canções possuem similaridades. Por isso, decidiu suspender a reprodução da canção da artista britânica no Brasil. Contudo, isso não engloba os serviços de streaming, mas afeta a execução em shows, por exemplo.
Além disso, Torres ainda negou o pedido dos advogados da artista por R$ 1 milhão para cobrir os prejuízos da medida citada acima.