Peter Wolf revela como foi gravar parceria com Aretha Franklin

Os bastidores da colaboração foram revelados por Wolf em sua autobiografia, "Waiting On The Moon".

Conhecida por sua voz poderosa, Aretha Franklin tem dezenas de sucessos, tanto solo quanto com parcerias. A cantora já dividiu o microfone com diversos grandes nomes da indústria musical, de Mariah Carey e Whitney Houston a Elton John e James Brown.

Em 1985, Franklin lançou “Push”, um dueto com Peter Wolf, vocalista da The J. Geils Band entre os anos 60 e 80, para o álbum “Who’s Zoomin’ Who?”. Agora, quarenta anos mais tarde, Wolf revelou como foi trabalhar com a Rainha do Soul em sua primeira autobiografia, intitulada “Waiting on the Moon: Artists, Poets, Drifters, Grifters and Goddesses”.

Confira os bastidores da colaboração!

“Push”: A história por trás da parceria entre Aretha Franklin e Peter Wolf

Quando Peter Wolf recebeu a primeira ligação de Clive Davis, presidente da gravadora Arista Records, sobre a parceria com Aretha Franklin, ele não quis aceitar o projeto. Para o cantor, a canção iria parecer uma “combinação tão contraditória quanto um rouxinol cantando com um gato de rua”, disse em seu livro. [Via Rolling Stone]

O astro concordou em participar da gravação após muita insistência de Narada Michael Walden, produtor envolvido na criação do álbum. “Tem músicos que dariam o braço direito para fazer um dueto com ela”, disse Narada ao tentar convencer o vocalista da The J. Geils Band. “Não tem como ficar melhor que Aretha.”

Wolf, então, partiu para Detroit, onde encontraria Walden e Franklin no estúdio. No dia da gravação, o músico e o produtor ficaram mais de duas horas aguardando a dona de “Respect” em um estúdio quente, já que ela não gostava de ar-condicionado.

“Finalmente, da janela do lounge do estúdio, vi um longo Cadillac preto se aproximando da entrada”, relembrou. “E então, de dentro do carro, desceu a Rainha do Soul, vestindo um casaco de vison que ia até os pés. Sentei-me nervoso atrás da parede de vidro da sala de controle, enquanto ele [Narada Michael] ia ao encontro dela.”

Wolf e Franklin conversaram até que o músico percebeu que a cantora americana estava falando com um sotaque britânico. Ao perguntar para Michael o porquê da mudança na voz de Franklin, Peter descobriu que a artista era uma grande fã do seriado “Dinastia” (1981-1989) e estava imitando a personagem Joan Collins. “Ela obviamente se sente confortável em brincar com você”, disse o produtor.

“Ela deslizou com facilidade pelo primeiro verso da música, adicionando toques improvisados que poucos cantores são capazes de dominar”, escreveu Peter sobre o dia do encontro. “Cantamos o refrão juntos, e eu entrei no segundo verso. Após uma longa seção instrumental, Aretha começou a improvisar com seu sotaque britânico.”

Ao longo da gravação, Peter e Aretha conversaram sobre outros astros da música, como King Curtis, Don Covay e Sam Cooke, por quem a cantora fora apaixonada. “Eu sinto falta deles, mas, acima de tudo, do Sam. Oh, Sam – ele foi meu primeiro amor e sempre será meu primeiro amor”, relembrou a icônica cantora.

Ao retornar para os microfones, a dupla deu continuidade à gravação da música, até que Franklin e Michael tiveram um desentendimento.

“Michael disse: ‘Tente mais uma vez, Re. Acho que você consegue fazer ainda melhor.’ Ela parou de repente. […] ‘Escute, se eu achasse que poderia fazer melhor, eu simplesmente faria de novo. Não preciso que ninguém me diga o que eu tenho dentro de mim. Você acha que pode me dizer algo que nem minha própria mente e meus ouvidos conseguem?'”

Após a discussão, a artista “pegou o seu casaco e caminhou para o Cadillac”, deixando o estúdio para trás.

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