“Taylor’s Version”: relembre toda a luta de Taylor Swift para conseguir seus masters

Nesta sexta-feira (30), Taylor Swift anunciou em um longo texto que, a partir de agora, é dona dos direitos autorais de seus seis primeiros álbuns. Inicialmente, o material pertencia à gravadora Big Machine, até que, em 2019, foi vendido ao empresário Scooter Braun e, então, à Shamrock Capital.

Ao longo dos últimos anos, a trajetória da artista em busca da posse de seus próprios masters ganhou destaque público. Veja a linha do tempo a seguir:

Junho de 2019

Após deixar a gravadora Big Machine em 2018, Swift revelou uma briga envolvendo a empresa. Em junho de 2019, a cantora contou que perdeu os “masters”, tipo de direito autoral, de seus primeiros álbuns. Ao longo de um comunicado, ela escreveu:

“Durante anos pedi e implorei por uma oportunidade de ter posse do meu trabalho. Em vez disso, foi me dada a oportunidade de renovar meu contrato com a Big Machine Records e ‘ganhar’ um álbum de volta por vez, um a cada álbum novo que entregasse. Eu saí de lá porque sabia que uma vez que assinasse aquele contrato, Scott Borchetta iria vender a gravadora, consequentemente me vendendo junto com meu futuro.

Tive que tomar a difícil decisão de deixar o meu passado para trás. As músicas que compus no chão do meu quarto e vídeos que sonhei e paguei do dinheiro que ganhei tocando em bares, clubes, arenas e estádios. Fiquei sabendo que o Scooter Braun se tornou dono dos meus originais junto com todo o mundo […]. Agora Scooter me despiu do trabalho de minha vida e que eu não tive oportunidade de comprar. Essencialmente, o legado de minha música está prestes a ir para as mãos de alguém que tentou acabar com ele.

Quando deixei meus masters nas mãos do Scott, aceitei que, eventualmente, ele os venderia. Mas, nem nos meus piores pesadelos, imaginei que o comprador seria o Scooter. Todas as vezes que o Scott Borchetta ouviu as palavras ‘Scooter Braun’ saírem da minha boca, foi quando eu estava chorando ou tentando não chorar. Ele sabia o que estava fazendo; os dois sabiam. Controlar uma mulher que não queria estar associada a eles. Em caráter perpétuo. Isso significa para sempre.

Felizmente, agora estou contratada por uma gravadora que acredita que eu devo ser dona de tudo o que crio. Felizmente, deixei meu passado nas mãos do Scott, e não o meu futuro. E espero que jovens artistas ou crianças com sonhos musicais leiam isso e aprendam a se proteger melhor em uma negociação. Você merece ser dono da arte que cria.”

Agosto de 2019

Depois de expor toda a situação, Taylor foi perguntada em entrevista à CBS se pretendia regravar o seu catálogo antigo. E disparou: “Sim, absolutamente”. No mesmo mês, ao Good Morning America, a artista afirmou que, por questões contratuais, poderia começar a pensar na possibilidade a partir de novembro de 2020:

“É algo que estou muito animada para fazer, porque meu contrato diz que posso começar em novembro de 2020. Estou muito animada, porque eu acho que os artistas merecem ser donos do seu próprio trabalho.”

Novembro de 2020

Cerca de um anos mais tarde, chegou a notícia de que Scooter Braun vendeu os masters para a empresa de capital privado Shamrock Holdings, por cerca de US$ 300 milhões, e, ainda assim, continuaria lucrando com os projetos. Numa nova carta, a cantora declarou que novamente não foi informada da venda:

“Algumas semanas atrás minha equipe recebeu uma carta de uma empresa chamada Shamrock Holdings, que nos avisou ter comprado de Scooter Braun 100% da minha música, vídeos e arte de álbuns. Foi a segunda vez que minha música foi vendida sem que eu soubesse. A carta dizia que eles queriam falar comigo antes da venda para me avisar mas Scooter tinha requerido que eles não contatassem a mim ou ao meu time, caso contrário, a negociação seria desfeita. Assim que começamos a comunicação com Shamrock, eu descobri que, sob os termos deles, Scooter vai continuar lucrando por muitos anos com meu antigo catálogo. Eu estava esperançosa e aberta a possibilidade de uma parceria com Shamrock, mas a participação de Scooter é um impedimento para mim. Recentemente, eu comecei a regravar minhas músicas antigas e isso tem se provado animador e criativamente gratificante. Eu tenho muitas surpresas guardadas.”

Por sua vez, Swift também enviou uma carta para a Shamrock Holdings, agradecendo pelo contato, mas deixando claro que não seria capaz de beneficiar Braun em nenhuma hipótese:

“Independente do fato de que é a segunda vez que meus masters são vendidos sem meu conhecimento enquanto eu estava ativamente tentando comprá-los, a carta de vocês trouxe uma boa dose de esperança pela legalidade da minha música e nosso possível futuro juntos […]. Eu simplesmente não consigo em plena consciência me colocar em uma posição de beneficiar os interesses de Scooter Braun direta ou indiretamente. Como resultado, eu não posso ser parceira de vocês. É muito triste saber que eu não vou poder continuar ajudando no crescimento do meu trabalho passado e isso me causa enorme dor ao ficar separada da música que eu passei mais de uma década criando, mas é um sacrifício que eu vou ter que fazer para manter Scooter Braun fora da minha vida.” 

Dezembro de 2020

A primeira “prévia” das regravações saiu no mês seguinte, quando a nova versão de “Love Story” apareceu num comercial estrelado pelo ator Ryan Reynolds, seu amigo próximo. “Ok, então, enquanto minhas novas regravações não estão prontas, meu amigo Ryan Reynolds me perguntou se ele poderia usar um trecho de uma delas para um comercial hilário que ele escreveu, então… aqui está uma prévia de ‘Love Story'”, escreveu nas redes sociais.

Fevereiro de 2021 

Então, em fevereiro de 2021, Swift finalmente revelou que lançaria o “Fearless (Taylor’s Version)”, título que deu para as regravações. “Eu falei muito sobre o motivo de estar refazendo meus seis primeiros álbuns, mas espero que a forma com que escolhi fazer isso mostre onde eu quero chegar. Artistas deveriam ser donos do seu próprio trabalho por muitas razões, mas a maior delas, obviamente, é que o artista é o único que realmente sabe sobre o seu trabalho […]. Esse processo foi mais gratificante e emocional do que eu poderia imaginar e me deixou mais determinada a regravar todas as minhas músicas. Eu espero que vocês gostem da primeira regravação na mesma intensidade que eu gostei de voltar no tempo e recria-lo”, contou em postagem nas redes sociais.

Abril de 2021 – Outubro de 2023

No período entre abril de 2021 e outubro de 2023, Taylor lançou quatro regravações: “Fearless (Taylor’s Version)” (2021), “Red (Taylor’s Version)” (2021), “Speak Now (Taylor’s Version)” (2023) e “1989 (Taylor’s Version)” (2023).

Ao vencer o prêmio de “Melhor Álbum Pop” pela nova versão do “Red” no American Music Awards 2022, a loirinha fez questão de agradecer aos fãs pelo apoio nas regravações: “E eu não consigo expressar o quanto meus álbuns regravados significam para mim. Nunca esperei ou presumi que eles significariam algo para vocês, então não tenho palavras para agradecer por se importarem com esse álbum do qual tenho tanto orgulho.”

Ela voltou a mencionar os Swifties durante várias apresentações da “The Eras Tour”, sendo uma delas em Pittsburgh, nos Estados Unidos, em junho de 2023: “Tenho regravado meus seis primeiros álbuns nos últimos anos. E tem sido uma experiência incrível porque vocês têm me apoiado muito. Estou fazendo isso para ser dona da minha arte, ser dona do meu trabalho. Isso sempre foi muito importante para mim desde que eu era adolescente. Então tudo tem sido um sonho, porque vocês têm me apoiado muito.”

Maio de 2025

Finalmente, no dia 21 de maio, o PageSix publicou que “fontes informaram que Taylor Swift finalmente terá a chance de comprar de volta as gravações originais de seus seis primeiros álbuns — após a venda inicial ter causado uma das disputas mais amargas de sua carreira”, já que a Shamrock Capital estava interessada em vendê-las para a cantora.

Apesar do veículo alegar que Scooter Braun teria incentivado a negociação, a revista People revelou que o empresário não teve qualquer envolvimento: “Nenhuma parte externa ‘incentivou’ esta venda. Todo o crédito por esta oportunidade deve ser dado exclusivamente aos sócios da Shamrock Capital e à equipe de gestão de Taylor, sediada em Nashville. Taylor agora é dona de todas as suas músicas, e este momento finalmente aconteceu apesar de Scooter Braun, não por causa dele.”

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