O Dia Mundial da Segurança Alimentar é celebrado no dia 7 de junho e tem o objetivo de chamar a atenção e inspirar ações que ajudem a prevenir, detectar e gerenciar os riscos de origem alimentar, contribuindo para a segurança alimentar, saúde, direitos humanos, prosperidade econômica, agricultura, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustentável.
Estima-se, mundialmente, que uma em cada dez pessoas adoecem após consumir alimentos contaminados, e que 420 mil pessoas morrem a cada ano, sendo que crianças menores de 5 anos são as mais afetadas, com 125 mil mortes anuais.
Contudo, a segurança alimentar vai muito além de consumir alimentos de qualidade e de produções confiáveis. O tem também abrange o acesso a alimentos independentemente da classe social e situação financeira das famílias.
Apesar de haver alimentos disponíveis, nem todas as pessoas têm acesso, devido à problemas devido a problemas de renda ou outros fatores, como conflitos internos dos países. Nesse caso, direitos são definidos como uma série de mercadorias que uma pessoa pode possuir, levando em consideração os arranjos jurídicos, políticos, econômicos e sociais de sua comunidade.
A agricultura deve ser usada não apenas para produzir commodities, mas também para alimentar a população e criar uma renda compartilhada. Porém, não basta vender produtos a preços baixos, esses valores precisam incluir um pagamento decente para todos os envolvidos na produção destes alimentos.
De acordo com o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2019 da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), estima-se que um total de 2 bilhões de pessoas no mundo têm algum nível de insegurança alimentar — inclusive na América do Norte e Europa, nos quais calcula-se que este seja o caso de 8% da população.
Os dados comprovam que a segurança alimentar, apesar de não afetar a todos igualmente, é um problema global. Os fundamentos que nos permitem determinar os níveis de segurança alimentar são os seguintes:
Disponibilidade
Faz referência à produção, às importações, ao armazenamento e também à ajuda alimentar entendida como uma transferência no caso de necessidade, seja a nível local ou nacional.
Estabilidade
A insegurança alimentar pode ser transitória, devido à questões relacionadas com o caráter estacional das campanhas agrícolas ou o ciclo cíclico das crises econômicas. Para evitá-la, o armazenamento é importante.
Acesso
A falta de acesso aos alimentos pode ter razões físicas — quantidade insuficiente de alimentos, isolamento das populações — ou socioeconômicas — preços elevados, falta de recursos monetários.
Consumo
O consumo de alimentos deve estar relacionado com as necessidades nutricionais, mas também às preferências alimentares.
Nos últimos meses, um novo fator – a crise do coronavírus e suas consequências sociais e econômicas – colocou ainda mais em risco a distribuição de comidas. De acordo com a Pesquisa Nacional de Insegurança Alimentar do Brasil de 2021, realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 19 milhões de brasileiros se encontram em uma situação de insegurança alimentar durante a pandemia da COVID-19.
Em dezembro de 2020, mais de 55% das famílias brasileiras viviam com algum tipo de insegurança alimentar, e 9% delas conviviam com a fome em seu estágio mais grave.
A pesquisa também mostrou que 11,1% dos domicílios chefiados por mulheres possuem problemas de fome e outros 15,9% dos domicílios enfrentam insegurança alimentar moderada.