Em 1998, o cinema nacional receberia uma de suas mais prestigiadas obras, “Central do Brasil”. Com protagonismo de Fernanda Montenegro, o filme se tornou um retrato simbólico da nação, no entanto, viajou o mundo coletando indicações a prêmios internacionais, incluindo ao Oscar.
Sobretudo, “Central do Brasil” conta a história de Dora, ex-professora que redige cartas para pessoas analfabetas. Por consequência do acaso, a mulher se vê a cuidar de um menino, após a morte de sua mãe, o levando para o interior do Nordeste em busca do pai.
Contudo, encontrar quem interpretaria Josué, ou então, o menino que procura seu pai, foi missão laboriosa. Assim, ocorreram inúmeros testes sem resultado, e quando, por fim, acharam um ator mirim, por motivos não divulgados, sua participação foi cancelada.
“As gravações foram suspensas. Ou se achava a criança ou não haveria filme”, conta Montenegro em sua autobiografia, “Prólogo, ato, epílogo”.
Por conseguinte, Walter Salles encontrou um engraxatezinho no aeroporto, e quando sinalizou que não precisava de seus serviços, pois estava de tênis, teve como resposta: “Me paga um sanduíche que, quando vier de sapato, eu engraxo de graça.”, como contado nas memórias de Fernanda.
Salles convidou o menino para fazer um teste para o filme. Desse modo, o engraxate levou um amigo para a produtora, como companheiro, e foi aceito como Josué, em “Central do Brasil”.
Este era Vinícius de Oliveira, garoto que iria encantar o país – e o mundo – com sua honestidade cênica. Desde então, ele seguiu a carreira de ator, fazendo parte de produções como “Linha de Passe”, “Boi Neon” e “Sintonia”.
Em 2024, “Central do Brasil” celebra 26 anos desde sua estreia.
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