(Foto: Fernanda Ligabue/cedida por Guilher Kastrup)
POR MARINA PONCHIO
“Força”, “Voz”, “Livre”, "Infinita". Todas essas palavras foram usadas para descrever a cantora Elza Soares, no mini documentário da Alpha, “Elza Eterna”. O curta, que tem as participações do cantor Zé Ricardo, do produtor Guilherme Kastrup, do rapper Edgar e das cantoras Assucena (As Bahias e a Cozinha Mineira) e Kell Smith, é feito em homenagem a artista que faleceu em 20 de janeiro deste ano. Elza é dona de mais de 10 discos e coleciona inúmeros prêmios, incluindo um Grammy Latino de melhor álbum de música popular brasileira, conquistado em 2016, com “A Mulher do Fim do Mundo”.
Em entrevista, o produtor e roteirista Felipe Tellis, contou de onde veio a ideia para realizar o documentário: “surgiu de uma pauta que deu errado, pois queríamos um encontro de cantoras, mas acabou dando certo. Um dia tive um insight e pensei ‘temos que homenagear a Elza’. Eu tinha o contato do Guilherme Kastrup, que trabalhou com ela em um dos seus maiores álbuns e começamos por aí”.
O mini doc fala sobre as vivências da artista, através dos olhos de amigos e outros cantores que tiveram o privilégio de dividir o palco com a diva carioca. “Eu já havia escutado a história dela de outras formas, por outros documentários, vídeos, etc. É muito interessante conhecer esse aspecto dela por meio de artistas que cantaram com ela recentemente e que produziram ou dirigiram projetos mais recentes. As histórias que cada um viveu e os pontos de vista dessas pessoas enriquecem bastante o documentário por uma ótica que eu não conhecia ainda”, relata o editor do projeto Antonio Salaverry.
As entrevistas explicam mais sobre a carreira de Elza e suas apresentações como, por exemplo, no Rock In Rio de 2019, que registrou um público de mais de 600 mil pessoas. No palco Sunset ela foi ovacionada pela audiência, cantando sucessos como “A Carne” e o hino feminista “Maria da Vila Matilde”.
“Queria que [o mini documentário] fosse mais intenso no início, com músicas mais vibrantes para fisgar o espectador já num primeiro momento e, depois, mesclar momentos mais antigos dela com as apresentações mais novas do Rock in Rio, já que o que une os entrevistados do filme são essas apresentações e os álbuns mais recentes”, conta Antonio sobre os bastidores do documentário.
É emocionante como a amizade com os artistas é mostrada nos 25 minutos do curta. “Ela era muito emblemática, porque sempre dizia: ‘eu vou cantar até o fim!’”, descreve o músico Zé Ricardo, amigo pessoal da cantora, além de curador do palco em que ela se apresentou no festival no Rio de Janeiro, em 2017, e novamente, em 2019.
O curta mostra a face oculta de Elza, ícone da música brasileira, numa saga que ultrapassa tempo, espaço, perdas e sucessos. Elza e seu espelho, cara a cara, nua e crua, uma fênix, que com uma força da natureza transcende e canta eternamente. “Acho que Elza sempre vai ser descoberta, redescoberta e redescoberta", conclui Felipe.