A franquia “Avatar” marcou a história do cinema tanto pelo impacto comercial — com os dois filmes da franquia entre as três maiores bilheterias de todos os tempos, acumulando mais de 2,5 bilhões de dólares em arrecadação — quanto pelo uso pioneiro de CGI e efeitos visuais, que redefiniram padrões técnicos da indústria audiovisual.
Nesta quinta-feira (18), estreia o terceiro capítulo da saga idealizada por James Cameron, concebida como uma pentalogia — com os próximos filmes marcados para 2029 e 2031, mas cujo futuro depende da “margem de lucro” deste filme nas salas de exibição, segundo o próprio diretor.
“Este pode ser o último. Há apenas uma [pergunta sem resposta] na história. Podemos descobrir que o lançamento de Avatar 3 comprova o quanto a experiência cinematográfica se enfraqueceu nos dias de hoje, ou podemos concluir que ela continua tão forte quanto sempre foi — mas apenas para certos tipos de filmes. Neste momento, é cara ou coroa. Só saberemos em meados de janeiro”, disse Cameron em entrevista ao The Hollywood Reporter.
Intitulado “Avatar: Fogo e Cinza”, o novo longa amplia o escopo narrativo ao aprofundar a mitologia de Pandora e apresentar novos povos Na’vi, com culturas, tradições e visões de mundo distintas.
Assim como nos longas anteriores, a construção de universo permanece como o eixo central da franquia. Desta vez, porém, os conflitos ganham contornos mais complexos e alegóricos, colocando em tensão temas como ancestralidade e tecnologia, espiritualidade e ganância humana, preservação ambiental (temática já explorada em Caminho da Água) e desenvolvimento.
Com roteiro de James Cameron em parceria com Rick Jaffa e Amanda Silver, a trama dá continuidade aos acontecimentos após o confronto decisivo de O Caminho da Água. Na sequência, os Na’vi e seus aliados do clã marítimo Metkayina enfrentam as consequências imediatas da batalha, tentando se recompor enquanto recolhem os armamentos humanos que afundaram no leito do oceano e lidam, de forma mais profunda, com as marcas do luto deixadas pelo conflito.
“Meu objetivo era representar a experiência humana de forma autêntica: por trás desses grandes alienígenas azuis existe uma história profunda sobre família e perda. É um filme feito por humanos, para humanos”, afirmou o diretor à Esquire.
Ressalta-se também que Cameron negou veementemente o uso de IA em sua obra.
“Fogo e Cinzas”, que é narrado por Lo’ak (Britain Dalton), em vez de Jake (Sam Worthington), como nos filmes anteriores, introduz uma nova tribo rival dos Na’vi, de perfil violento, liderada pela implacável Varang (Oona Chaplin), que se alia ao coronel Miles Quaritch (Stephen Lang) e aos colonizadores humanos.
Com 3 horas e 17 minutos de duração, o longa se consolida como o mais extenso da franquia. Ao longo da exibição, o tempo dilatado pode se tornar um desafio para parte do público, com um ritmo que tende a pesar antes do desfecho. No entanto, a reta final do filme recupera o fôlego ao concentrar sequências de ação e momentos de forte carga emocional.
Para os admiradores de longa data da franquia, a película amplia um universo já consolidado e familiar, apostando em tramas que aprofundam personagens e conflitos. Já para o espectador mais casual, a experiência pode soar reiterativa, com a sensação de revisitar um mundo já conhecido, mas que nunca perde o esplendor.


