Daqui a um mês saberemos se a cloroquina funciona para o coronavírus, diz especialista

Por Marcela Marcos

Depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez um pronunciamento falando sobre um medicamento que poderia ter bons resultados no combate ao coronavírus, a cloroquina teve de entrar para a lista de remédios especialmente controlados pela Anvisa. Isso porque muitas pessoas acabaram comprando caixas do produto para estocar – e quem realmente precisa dele passou a ter dificuldades de encontrar em diversas farmácias. 

Tanto a cloroquina quanto a hidroxicloroquina são substâncias presentes em medicamentos que atuam contra doenças como malária e lúpus. A comunidade internacional está se dedicando intensamente a testar os efeitos dessas substâncias para tratar pacientes internados com a covid-19, que desenvolveram um quadro grave a partir do contágio por coronavírus. De acordo com o médico Jorge Kalil, diretor do departamento de infectologia do Incor (Instituto do Coração) e professor da faculdade de medicina da USP, o mundo deve saber em breve a resposta para a pergunta que não quer calar: a cloroquina é uma esperança em meio à pandemia?

"Existe um grande número de cientistas em todo o mundo querendo reproduzir esse teste. Daqui a, no máximo um mês, as pessoas vão saber se funciona e se vão poder utilizá-la em larga escala", afirma. O especialista sustenta, no entanto, que não dá para contar com uma vacina a curto prazo. 

"Desenvolver uma vacina demanda muito tempo. Nós temos que testar muito para saber se efetivamente vai ajudar no combate ao vírus, saber que não tem toxicidade, que tem grande segurança e que não vai piorar ainda mais a situação. Além disso, nós temos que escalonar a produção, fazer todos os testes e disponibilizar para a população. Em menos de um ano, um ano e meio, é impossível ter alguma coisa", diz dr. Kalil, que comanda justamente o grupo que pesquisa uma vacina do coronavírus no Brasil.

Em entrevista à Alpha FM, ele falou, também, sobre os grupos mais vulneráveis à covid-19, como deve se dar o isolamento quando o paciente testa positivo para o vírus, por quanto tempo há risco de contágio e, ainda, sobre a campanha de vacinação contra a gripe e os cuidados que os idosos devem tomar durante a imunização. 

Para ouvir a entrevista na íntegra, clique aqui:

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