Hoje, dia 25 de novembro, Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher, o canal Lifetime lançou a campanha “O Normal é que te Amem”. A iniciativa busca consolidar a conscientização do tema em toda a América Latina, além de dar visibilidade ao impacto da pandemia do Covid-19 – que deixou muitas mulheres presas em suas casas com seus agressores. Outro objetivo é ajudar a criar alianças estratégicas com organizações locais que defendem os direitos da mulher.
A Alpha participou com exclusividade do evento virtual de lançamento da campanha, com a participação da ex-modelo e ativista Luiza Brunet, da psicóloga Giselle Prado, criadora da plataforma Um Socorro à Meia-Noite e de mulheres vítimas de diversos tipos de violência, que compartilharam suas histórias e provaram a importância de uma rede de apoio para recomeçarem suas vidas.
Segundo a psicóloga Giselle Prado, essas campanhas são extremamente importantes para trazer informação sobre os diversos tipos de violência contra a mulher. “A violência doméstica, ou seja, dentro de uma casa, é algo que já acontece há muito tempo. A lei Maria da Penha tipifica cinco tipos: moral, psicológica, patrimonial, sexual e física”, explicou Giselle.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 5º país com maior número de feminicídios, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e da Federação Russa. Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 536 mulheres foram vítimas de agressão a cada hora em 2018 e nove mulheres foram vítimas de agressão de natureza sexual a cada minuto.
Entre os principais motivos, Giselle destaca o machismo: “A gente enxerga como raiz desse problema a questão do machismo, o sistema patriarcal… E o comportamento machista é de muitas mulheres também. Mas a gente percebe que é um problema ligado à cultura do país e à educação. É importante ressaltar que o machismo sempre coloca o homem superior a mulher em todos os sentidos”, ressaltou Giselle.
Luiza Brunet, ex-modelo internacional, atriz, empresária e sobrevivente de violência doméstica, aos 54 anos, luta contra a violência de gênero e para que as mulheres tenham mais direitos. Luiza destacou a educação como o principal fator de um futuro com mais equidade e refletiu como a sua história e força pode ajudar outras mulheres.
“Eu acho que a gente tem que usar o nosso sofrimento para empoderar outras mulheres”, disse Brunet.
Luiza revelou que cresceu assistindo à violência dentro sua própria casa e destaca a importância de campanhas de conscientização nas redes sociais e nas grandes mídias. “A gente vive um problema estrutural muito importante, que precisa ser resolvido”, refletiu Luiza. Luiza ainda se emocionou ao relembrar sua história e desabafou: “os piores momentos da minha vida, foram vários…”
Quantas Luizas, Marias, Karlas, Alicias, Natalias, Brunas… Quantas mulheres ainda precisam ser diminuídas e machucadas? Quantas mulheres terão seus sonhos e vidas destruídas? Quantas famílias ainda serão despedaçadas?
Campanhas e políticas públicas precisam ser incentivadas para que haja uma rede de apoio para as mulheres vítimas de violência e projetos educacionais devem ser aplicados no sistema privado e público. Porque “O Normal é que Te Amem”.