Dia Mundial da Arte e a readequação dos museus

Nesta quinta-feira (15), é comemorado o Dia Mundial da Arte. A data é recente e foi escolhida pela International Art Association em 2012, com o propósito de promover a consciência da atividade artística em todo o mundo. O dia, em específico, foi selecionado para ser em 15 de abril pois marca o nascimento do grande gênio italiano Leonardo Da Vinci. 

Em momentos de crise mundial, como o que estamos passando, essa consciência sobre a arte é essencial. Recentemente, os museus de arte de todo o planeta foram pegos de surpresa com a necessidade da reinvenção, a palavra-chave do último ano. Ao surgirem as exposições no aspecto digital, e não somente no presencial, houve imposição da adaptação do que já estava em cartaz nestes locais.

Este é o caso do Museu da Imagem e do Som, que fica na capital paulista e conta, atualmente, com duas unidades: uma no Jardim Europa, e outra no bairro da Água Branca, nomeada MIS Experience. Para o diretor do MIS, Marcos Mendonça, a pandemia trouxe algo que não era pensado antes, essa adequação com urgência das mostras para o online. “Essa [reinvenção] é o grande desafio porque representa um enorme passo atual que todas as instituições têm que dar”, conta. 

O MIS Experience, que é mais recente, traz uma proposta diferente da primeira unidade do museu. “Lá, trabalhamos usando a tecnologia da projeção, imersão e interatividade. Ou seja, você não coloca a obra de arte no seu original, mas sim, trabalha com imagens dessa obra que você pode estar projetando em dimensões maiores, como foi o caso da exposição do Leonardo da Vinci”, diz. 

A mostra “Leonardo da Vinci – 500 anos de um gênio”, por exemplo, estava em cartaz entre 2019 e 2020 e teve de ser suspensa ao chegar a pandemia, enquanto as atividades foram paralisadas com o plano de flexibilização econômica do estado de São Paulo. No início de 2021, no entanto, chegou a ser reaberta ao público por algumas semanas, até a situação regredir e surgir uma nova necessidade de suspensão das atividades culturais. 

“De repente, nós tivemos que partir para as exposições virtuais. Então, hoje, estamos propiciando ao público ter de forma gratuita a exposição do Da Vinci. Conseguimos ajustar toda a questão dos direitos autorais, de tal forma a propiciar ao público o acesso livre”, explica o diretor. 

Por outro lado, a possibilidade de disponibilizar na internet as exibições, como é o caso da mostra de Da Vinci, abre um leque de possibilidades no que diz respeito à quantidade de material divulgado, o que permite que mais informações sejam colocadas no virtual do que fisicamente. “Conseguimos disponibilizar uma exposição para que a pessoa possa estar acessando no horário que seja melhor para ela e com a possibilidade de colocarmos mais informações e detalhes, com uma riqueza que é atribuída ao sistema virtual”, explica. 

Quando migra para o espaço digital, a ação trabalha tornando a arte muito mais democrática, alcançando uma maior quantidade de pessoas, não só no Brasil, mas fora do país também. “Temos hoje também, dentro do Google Arts, cinco exposições que correm o mundo. Estamos ampliando as opções e dando oportunidade para que as pessoas tenham acesso à arte”, conta Marcos. “A pandemia traz todo o seu malefício e dano mas, por outro lado, nos traz a obrigação de encararmos esses desafios e superarmos com a questão da incorporação de novas tecnologias”. 

A exposição de Da Vinci chegou a atingir quase 500 mil pessoas visitando-a em todo o período em cartaz, reunindo não só a parte física dos objetos reconstituídos e invenções do artista, mas também as reproduções de suas obras, quadros, pinturas e anotações particulares do autor, repleta de características marcantes. “A exposição também revela todo o estudo que foi feito durante anos sobre os segredos do quadro Mona Lisa. Além disso, a gente tinha uma área imensa de projeção onde a pessoa poderia ver as pinturas de Da Vinci em grandes dimensões, com características nunca vistas. Tudo isso agora, foi trazido para o sistema virtual”, explica. 

A arte é parte fundamental na vida do ser humano, seja ela no formato de escrita, fotografia, música, dança, pintura, cinema, estando presente desde os primórdios da existência humana, já que o homem sempre buscou caminhos para exprimir seus sentimentos. “Se não tivéssemos a arte, nessa pandemia, podemos dizer que estaríamos todos vivendo uma loucura”, completa o diretor.

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