Famílias buscam pets durante a pandemia

Por Vanessa Rabello  

O período de pandemia fez muitas famílias mudarem suas rotinas, adaptarem suas casas e até mesmo, adotarem bichinhos de estimação. Por estarem mais tempo em casa, muitos acharam que este poderia ser o momento ideal para encontrar um pet. 

Foi o que aconteceu com o casal Tábata Sukys e Omar Jarouche. Há muito tempo ambos buscavam um animal de estimação e consideraram este período perfeito, pois estariam em casa para educar e criar o vínculo com o animal. “Adotamos a Baru no início de abril e ela nos trouxe ainda mais amor e muita diversão, estamos fazendo aulas de adestramento, passeando duas vezes ao dia, todos os dias”. 

A secretária executiva bilíngue ressalta que, apesar de os passeios fazerem parte do cotidiano, estão sempre paramentados com máscaras e higienizam as patinhas e os sapatos ao chegarem em casa. “Quando a pandemia passar, ela irá para a creche duas vezes por semana, mas basicamente, seguiremos a mesma rotina de hoje. 

Sidney Hamada, decidiu adotar dois cachorros, a Paçoca e o Luke. Ele conta que sempre conviveu com cães e há muito tempo queria ter um animal novamente, mas as viagens a trabalho não permitiam. Com a pandemia, a rotina mudou e abriu espaço para realizar o desejo de ter um pet.  

Em abril, o diretor de Inovação adotou os irmãos e o dia a dia mudou. “Comecei a acordar mais cedo para alimentar e limpar o espaço deles, dedicar um tempo para brincar e adestrar, juntamente com a rotina do trabalho remoto”. Quando a pandemia passar, Sidney afirma que irá conciliar uma transição para que tenha tempo para eles e ir ao escritório ocasionalmente.

Ao perceber o filho único Pedro muito sozinho, Angélica Bonatti e o marido Higor de Lima, atenderam aos pedidos da criança e adotaram o cachorro Raio. A professora conta que a rotina mudou, mas menos do que esperava. “Estamos tão apaixonados que não nos importamos com o ‘trabalhinho’ extra. Ele se adaptou bem”. 

Angélica fala ainda que depois da pandemia, Raio ficará sozinho somente na parte da manhã e que, fora isso, já planejaram os dias contando com o pet. 

De acordo com Luanna Rizzo, fundadora do Instituto Santo Pet, o aumento nas adoções no local cresceu cerca de 20% no período em relação ao ano passado. A procura, segundo ela, tem sido cada vez mais por casais jovens e pessoas solteiras. 

“As pessoas procuram adoção estimulados pelo isolamento e necessidade de companhia, mas não pensam em toda a responsabilidade a longo prazo que o ato acarreta”, ressalta Luanna. 

Priscila Amalo, da fundadora ONG Amalo, conta que no local a maior procura é de cães no inverno e gatos no verão, mas que ambos bichinhos são bastante procurados. 

Sobre o período pós-pandemia, Priscila afirma que há uma grande preocupação com os bichinhos. “Por esse motivo não fizemos grandes propagandas para a adoção neste período, pois temos receio de abandonos futuros”.

A ONG Amalo é uma das organizações que fazem parte do Programa Adote Petz, que abre espaço nas lojas para adoção de animais recolhidos, onde os bichinhos recebem alimentação, vacina, vermífugo, castração e o microchip enquanto não são adotados por suas novas famílias. 

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