Infectologistas ganham destaque na luta contra Covid-19

Neste domingo (11), é comemorado o Dia do Infectologista, especialização que vem recebendo destaque no último ano, com a pandemia da Covid-19. A data, instituída pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), surge em comemoração ao nascimento de Emílio Ribas, renomado médico no campo das doenças infecciosas e pioneiro no estudo da área. 

A infectologia é uma ciência que investiga os problemas causados por patógenos, ou seja, bactérias, vírus, parasitas ou fungos, que invadem o corpo humano causando danos. "É uma área da medicina na qual o médico cuida das doenças infecciosas, sejam elas agudas ou crônicas. Podemos tratar de uma simples amigdalite até uma tuberculose, por exemplo", explica Júlio Henrique Onita, médico infectologista do Hospital IGESP. 

O infectologista também é especialista em ações preventivas e infecções disseminadas no ambiente, que é o caso de epidemias como a do Coronavírus. Esse profissional atua desde a administração de vacinas até a desinfecção de salas e equipamentos hospitalares. 

Ao contrário de outras especialidades ou profissões que tiveram que se reinventar durante a pandemia, o infectologista faz parte do grupo que permaneceu com as atividades regulares. "A pandemia demonstrou que uma única doença torna o sistema de saúde frágil. O aumento da quantidade de casos contribuiu para esse sistema evidenciar isso, mas a atuação do médico é a mesma, porém, com uma carga maior de trabalho", explica. Para a médica e infectologista Melissa Valentini, do Grupo Pardini, a Covid-19 aumentou a carga horária da categoria. “A carga de trabalho é muito grande, já que temos que estudar o tempo todo, para dar respostas à população sobre a doença”, conta. 

Apesar de outras áreas médicas estarem igualmente capacitadas para tratar algumas infecções, a especialidade do infectologista é essencial, ainda mais quando se trata de uma pandemia. Melissa diz que o infectologista traz uma avaliação mais qualificada sobre as doenças infecciosas, ou seja, mais específica. “Alguns médicos costumam achar que não é necessário o encaminhamento para um infectologista, dependendo da doença. Mas isso, obviamente, não é verdade”. 

Para Júlio, o maior desafio da profissão, durante a pandemia, está no sistema de saúde, que precisa dar conta de todos os casos que surgem do coronavírus. "Um desafio diário é fazer com que o sistema de saúde suporte toda a carga de pacientes para podermos atuar da melhor maneira e oferecer tudo o que ele merece, que é o melhor tratamento", conta. 

É de comum acordo que, para a categoria, em algum momento uma epidemia deste tamanho aconteceria novamente. "A última devastadora foi a da gripe espanhola, em 1918, e, hoje, é algo muito parecido. O sucesso desse vírus como agente infeccioso é inegável e é algo que não tem um precedente na história moderna, nos últimos 100 anos", avalia Júlio. “Imaginávamos que seria até uma Influenza. E, de repente, veio o Sars-Cov-2 que, inicialmente, tinha uma taxa de letalidade menor do que os outros coronavírus, que a gente já tinha visto previamente e, que, por causa disso, se espalhou muito facilmente”, completa a doutora. 

Para a prevenção da Covid-19, os médicos afirmam que enquanto cada um aguarda a sua vez na fila da vacinação, as recomendações seguem as mesmas da Organização Mundial da Saúde: higiene das mãos e utilização de máscaras para evitar o contato e o contágio. “Vamos ter paciência e resiliência, pois tudo isso é o que precisamos agora”, conclui Júlio. 

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