“É assim que acaba” (Colleen Hoover), “A revolução dos bichos” (George Orwell) e “O nariz" (Nikolai Gógol) são nossas dicas de livros para o final de semana. Confira mais detalhes sobre cada uma das obras abaixo:
É assim que acaba – Colleen Hoover
O romance mais pessoal da carreira de Colleen Hoover, "É assim que acaba" discute temas como violência doméstica e abuso psicológico de forma sensível e direta.
Em ‘É assim que acaba’, Colleen Hoover nos apresenta Lily, uma jovem que se mudou de uma cidadezinha do Maine para Boston, se formou em marketing e abriu a própria floricultura. E é em um dos terraços de Boston que ela conhece Ryle, um neurocirurgião confiante, teimoso e talvez até um pouco arrogante, com uma grande aversão a relacionamentos, mas que se sente muito atraído por ela.
Quando os dois se apaixonam, Lily se vê no meio de um relacionamento turbulento que não é o que ela esperava. Mas será que ela conseguirá enxergar isso, por mais doloroso que seja?
É uma narrativa poderosa sobre a força necessária para fazer as escolhas certas nas situações mais difíceis. Considerada a obra mais pessoal de Hoover, o livro aborda sem medo alguns tabus da sociedade para explorar a complexidade das relações tóxicas, e como o amor e o abuso muitas vezes coexistem em uma confusão de sentimentos.
A revolução dos bichos – George Orwell
Considerado um dos 100 melhores livros do século 20. A clássica obra do autor inglês George Orwell narra a jornada de um grupo de animais que decide se rebelar contra o dono da fazendo, o Sr. Jones, e com a exploração dos humanos. É uma alegoria e uma sátira sobre o totalitarismo, mais especificamente com os rumos tomados pela Revolução Russa, de 1917.
O livro é também sobre a exploração do trabalho, as desigualdades sociais, a deturpação de ideais e da verdade, a manipulação das massas, a repressão estatal, a concentração de poder e a violência como recurso político.
O Nariz – Nikolai Gógol
Clássico russo, ‘O Nariz’ foi escrito em 1836 por Nikolai Gogol, narrando a história de um oficial de São Petersburgo cujo nariz um dia deixa sua face depois de desenvolver vida própria. Seu nariz, agora independente, começa a fingir ser um humano.
Recentemente ganhou uma edição especial na editora Antofágica, e a princípio, pareça uma história sem pé nem cabeça, mas ao avançar na leitura é possível perceber a genialidade do escritor, que faz uma sátira à burocracia de São Petersburgo. Além disso, o absurdo e o grotesco tomam conta da história, mostrando uma certa incredulidade até por parte do narrador, que interrompe a narrativa para mostrar sua indignação em relação ao ocorrido.
Para Anny Queiroz mestranda em filosofia e língua portuguesa na universidade de São Paulo, e autora do artigo “O Nariz de Gógol e o riso”: “Gógol ao usar o grotesco e o absurdo às vezes chega às fronteiras do surreal e do fantástico, porém, sua intenção de fazer rir é superior à tentativa de chocar o leitor com imagens estranhas, distintas da maioria dos romances da época, e à crítica social intrínseca a sua obra. Apesar de ser uma reflexão sobre a Rússia amarga e difícil daquele século XIX, o que fica da leitura do conto “O nariz”, são as inúmeras gargalhadas que este proporciona.