"Minha irmã, a serial killer" (Oyinkan Braithwaite), "Garota, mulher, outras" (Bernardine Evaristo) e "O amor vem depois" (Bruno Fontes e Zack Magiezi) são nossas dicas de livros para o final de semana. Confira mais detalhes sobre cada uma das obras abaixo:
Minha irmã, a serial killer – Oyinkan Braithwaite
Por mais que o título do livro “Minha irmã, a serial killer” cause certo espanto, a trama da obra é muito mais sobre relações familiares do que assassinatos. Escrito pela nigeriana Oyinkan Braithwaite, somos apresentados de forma íntima à história de Korede, uma meiga enfermeira que tem como irmã mais nova a aparentemente encantadora Ayoola.
As duas são bem unidas apesar das personalidades distintas e é essa proximidade que as coloca em risco. Ayoola não consegue entrar em relacionamentos sem, em determinado momento, matar os seus companheiros. Como forma de proteger a irmã, Korede acoberta os crimes, mesmo discordando de sua prática.
Elas ficam em perigo quando uma das mortes ganha grandes proporções nas redes sociais e um novo homem entra em cena. Ao longo da história, o leitor acompanha o desdobramento dos casos apresentados, conhece os traumas profundos das irmãs (tratados com muita sensibilidade) e entende mais sobre a dinâmica entre as duas e o lugar onde vivem (Lagos, na Nigéria). Com capítulos curtos, frases ácidas e narrativa direta e fluída, sem pecar pela falta ou excesso, “Minha irmã, a serial killer” é um ótimo livro de estreia.
Garota, mulher, outras – Bernardine Evaristo
Considerado o romance da década pelo jornal britânico The Guardian e vencedor do prêmio de literatura Booker Prize, “Garota, mulher, outras” apresenta a trajetória de diversas mulheres, negras e imigrantes/filhas de imigrantes, com vivências e características diferentes. Yazz, por exemplo, é uma estudante universitária de 19 anos, enquanto Hattie tem 93 anos e mora em uma fazenda.
A autora Bernardine Evaristo explora o dia a dia de cada uma das protagonistas e, na parte final, entrelaça a história de todas elas. “Não espanta que as associações musicais se espalhem em muitas das resenhas do livro: o romance, todo composto de versos livres, emprega um ritmo particular ao texto, e Evaristo parece muito atenta à sua sonoridade. Ao ler alguns trechos em voz alta, essa musicalidade fica ainda mais evidente”, destaca (https://oglobo.globo.com/cultura/garota-mulher-outras-coro-de-vozes-que-impressiona-pela-originalidade-1-24771969) a psicanalista e crítica literária Fabiane Sanches.
O amor vem depois- Bruno Fontes e Zack Magiezi
Bruno Fontes e Zack Magiezi detalham o fim de um relacionamento no poético “O amor vem depois”. No livro de 160 páginas, Pedro encontra o apartamento vazio após voltar de férias: Rita, sua amada, foi embora. Ele precisa lidar com a situação, aceitar o término e entender a própria tristeza.
“Este livro é uma síntese de como devemos viver a vida apesar dos términos e das asperezas às quais estamos sujeitos quando decidimos amar alguém. Ou quando, em um ato de coragem, decidimos que já é hora de esvaziar o corpo cheio de dor e ir, novamente, ao encontro do amor – ou, melhor ainda, ao encontro de nós mesmos”, descreve Igor Pires, o autor da série Textos cruéis demais.