No início de 1967, o Pink Floyd gravava seu álbum de estreia “Piper at The Gates of Dawn” no Abbey Roads Studios, em Londres, no estúdio 3. Ao mesmo tempo, no estúdio 2 do local, os Beatles trabalhavam no disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band''. E o encontro entre duas bandas das maiores bandas do rock aconteceu no dia 21 de março.
O escritor Hunter Davies acompanhou tudo de perto e falou sobre o assunto na biografia autorizada dos Beatles, lançada em 1968: “Um homem com uma blusa roxa chamado Norman Smith chegou. Ele era engenheiro de som e trabalhava com Pink Floyd. De forma educada, ele perguntou para o produtor George Martin se os caras poderiam ver os Beatles trabalhando (…). George disse que, se por um acaso, Norman e os meninos aparecessem por volta das onze horas, ele poderia ver o que conseguiria fazer”.
Martin, então, deixou que os integrantes do Pink Floyd observassem os garotos de Liverpool pela sala de controle. Nick Mason, o baterista, deu detalhes da ocasião no livro “Inside Out ‑ a Verdadeira História do Pink Floyd”: “Fomos levados ao estúdio 2, onde os Beatles estavam gravando ‘Lovely Rita’. A música era maravilhosa e incrivelmente profissional. Sentamos humildemente no fundo da sala de controle enquanto eles trabalhavam na mixagem. Eles eram como figuras divinas para gente”, disse. Em entrevista ao Wall Street Journal, o integrante completou que “todos pareciam muito legais, mas eles estavam em uma posição tão acima da nossa que estavam fora do nosso alcance”.
Já o vocalista Roger Waters, ao participar do podcast de Marc Maron, contou suas impressões de John Lennon naquele dia, que participou pouco da sessão de gravação: “Ele estava um pouco ácido. Ele estava bastante arrogante e eu também”. Aquele foi o único encontro dos dois grupos.