Poucas bandas brasileiras ainda podem se dar ao luxo de serem cotadas como relevantes após tantos quilômetros de estrada. Um desses sobreviventes da era dourada do BR-Rock é o Paralamas do Sucesso que acaba de soltar disco novo na praça: Sinais do Sim (Warner), que chega às lojas físicas e virtuais oito anos depois de Brasil Afora.
Ao invés de tentarem modernizar o som para mirar um alvo mais moderninho, Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone optaram por combinar às novas criações, alguns dos ingredientes encontrados em suas obras-primas O Passo do Lui (1985) e Selvagem (1986) .
Ainda assim, Sinais do Sim não soa como se os Paralamas requentassem, suas músicas da década de 80 apenas para atrair os mais nostálgicos. Coube ao produtor (e craque) Mario Caldato Jr (Jack Johnson, Beatie Boys) dar o toque definitivo na cobertura das canções que já nasceram com a estampa clássica da banda, como Corredor e Teu Olhar – duas das melhores do décimo terceiro disco de estúdio do grupo.
Além de temperar as músicas com o caracterísco mix de reggae e ska(encontrado em Sempre Assim), os Paralamas se inspiraram nos timbres e riffs de guitarras mais pesadas para compor Sinais do Sim. Entre essas influências, o grupo aponta o Cream e o The Who – duas das mais emblemáticas do cenário inglês dos anos 60. Esse som mais pesado se destaca em Contraste e na faixa-título – duas músicas que não economizam na hora de ecoar o bom e velho rock and roll.