Popload atrai roqueiros saudosistas com shows de Jack White e Pixies

(Foto: Divulgação/Popload)

por Felipe Tellis e Marco Antonio Miguel

 

Por volta de 17h uma chuva gelada começou a cair no Centro Esportivo Tietê, na região da Luz, em São Paulo. O local recebeu pela primeira vez nesta quarta-feira, dia 12, feriado, um evento musical: o Popload Festival. Naquele momento, as pessoas já se concentravam em frente ao palco principal para assistir ao show do australiano Chet Faker, que tinha a difícil tarefa de esquentar um público molhado, frio e, me arrisco a dizer, até sonolento, depois da apresentação de Cat Power. Ele conseguiu!

Em seu setlist, o artista apresentou faixas clássicas como "Gold", "Talk Is Cheap" e "No Diggity", além de músicas de sua nova fase, como "Feel Good" e "Low", que marcaram seu retorno à indústria como Chet Faker. Antes disso, ele passou um período se apresentando como Nicky Murphy, seu nome verdadeiro. Apesar de interagir pouco com o público – ele disse "obrigado" algumas vezes – o show do cantor/instrumentista/DJ empolgou e fez os presentes até esquecerem que tinham tomado chuva pouco tempo antes. 

Aos que se sentiram ofendidos pela citação de Cat Power até aqui, minhas desculpas. Não é que o show foi ruim – tenho até amigos que gostaram, mas ele funcionaria melhor num local fechado e mais intimista. O ambiente ali era mais propício mesmo para as apresentações que fecharam a noite: de Jack White e de Pixies, que fizeram um culto ao bom e velho rock, agradando um público majoritariamente acima dos 40 anos e, provavelmente, fã de cerveja artesanal. 

Barulhento e animadíssimo, o ex-integrante do White Stripes entregou um show que dificilmente desagradaria os fãs do Popload, apelando no final com "Seven Nation Army", que fez o público vibrar, cantar e gravar vídeos. Já o show mais esperado da noite, do Pixies, confirmou a importância da banda na história do rock independente. Na apresentação, eles despejaram no Tietê sucessos como "Here Comes Your Man" e "Where Is My Mind?", que o público cantou junto do início ao fim, além de músicas de seu disco mais recente, "Doggerel".

Antes realizado no Memorial da América Latina, o evento teve a aprovação do público, em sua maioria, ao escolher um novo local para estacionar, salvo pequenos problemas como filas longas e demoradas nos caixas e nos banheiros, que eram poucos.

O Popload teve ainda shows de Perotá Chingó e Jup do Bairro, que teve que lidar com alguns problemas técnicos e saiu do palco após ter o som cortado – a produção pediu desculpa pelo ocorrido, além de Fresno com participação de Pitty. A artista, aliás, se encontrou nos bastidores com Jack White e comemorou nas redes sociais: "zerei a vida". O show deles foi para substituir o cancelamento da apresentação do Years & Years, que fortaleceria a parte eletrônica do festival. Destaque também para o palco secundário promovido por um dos patrocinadores que, entre um show e outro, teve DJs e ainda um ótimo pocket show de Rincon Sapiência, firmando o Popload como um festival que uniu diversos públicos, do rap ao eletrônico, mas que fez feliz mesmo os roqueiros saudosistas. 

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