Qual a relação da música com o nosso cérebro?

A música tem relação direta com o nosso cérebro e pode provocar diversas emoções dependendo da área cerebral ativada e das memórias relacionadas a ela. Algumas músicas levam à produção das chamadas substâncias do prazer, como serotonina, endorfina, dopamina, ocitocina e prolactina. Outras podem provocar dor, melancolia ou sofrimento.

É comum que uma música nos traga lembranças de uma pessoa, um lugar ou até de sentimentos. Isso acontece porque ao longo da vida o cérebro é condicionado a fazer associações entre melodias, notas, padrões musicais, letras, com outros estímulos (visual, auditivo e sensorial). Por isso algumas músicas nos “transportam” para outros momentos e situações que já vivemos.

A música afeta não apenas as emoções mas também o nosso sistema nervoso neurovegetativo (ou primitivo), levando a alterações físicas que podem modificar a frequência cardíaca, o ritmo respiratório, o ciclo sono-vigília, a peristalse intestinal e até mesmo a pressão arterial.

Alguns gêneros musicais são mais facilmente lembrados que outros. É o chamado “efeito chiclete”, ou “música que gruda”. Algumas batidas e melodias mais simples, com letras fáceis e padrões silábicos (como na música pop) são mais fáceis de assimilar e por isso viram hits. Em 2016, pesquisadores da Universidade de St. Andrews, na Inglaterra, analisaram e listaram as 20 músicas mais ‘grudentas’ dos últimos tempos. Bede Willians, uma das autoras, em entrevista ao jornal inglês “Mirror” disse que as músicas mais grudentas costumam ter em comum um ritmo tão distinguível que mesmo sem melodia é possível reconhecê-las. É o caso de “We will rock you”, do Queen.

Por Dra. Ana Paula Peña, neurologista, em parceria com o Saúde Minuto. 

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