Todo mundo gosta de estar em um ambiente limpo, cheiroso e organizado, não é mesmo? Tente visualizar um lugar assim. Agora imagine o oposto: aquela casa de um típico acumulador, cheia de tralha, com tudo empoeirado e cheiro de coisa guardada. Muito mais agradável o primeiro ambiente, concorda?
Quando se fala em faxina mental, nada mais é do que uma analogia para “limpar a mente”. A gente limpa a casa, o corpo, por que não a mente?
A nossa mente é onde estamos o tempo todo, inclusive dormindo. Por isso, é muito importante que ela esteja livre de sujeira, de bagunça e com espaço para guardar coisas novas e valiosas.
Atualmente vivemos em um ritmo insano, sobrecarregados de informações e estímulos e isso vai fazendo nossa mente ficar cheia, tumultuada e desorganizada, aumentando o nível de estresse e gerando mais risco de doenças mentais como a ansiedade e a depressão.
A neurociência já descobriu que todos os dias nosso cérebro passa por esse processo de limpeza chamado de “poda sináptica”, que é feito por células chamadas micróglias, que apagam as conexões sinápticas menos usadas visando controlar o excesso de conteúdo e abrir espaço para novas e relevantes informações. Por isso, aqueles pensamentos recorrentes podem ser tão nocivos. Eles permanecem ativos e não são escolhidos para serem eliminados.
E como fazer essa faxina?
Assim como na casa, não é fácil. É trabalhosa e precisa de regularidade. Podemos usar uma técnica com 4 passos:
1. Autoconhecimento
É preciso trabalhar a autopercepção para aprender o que te deixa irritado, cansado ou ansioso. Identificar o que sente e o que causa esse sentimento e pensamentos nocivos.
2. Consciência
Após a identificação existe a tomada de consciência e a partir daí é possível fazer escolhas assertivas ao invés de agir apenas por impulso.
3. Atitude
Agora é o momento de agir! Prefira começar com pequenas metas. Algumas atitudes que funcionam:
– Pratique o “estar presente”: largue o celular, as redes sociais, preste atenção em quem está com você, à paisagem, ao sabor da comida.
– Adote uma prática de redução do estresse: meditação, yoga, leitura, pintura
– Mantenha-se em movimento: pode ser um esporte, uma caminhada, jardinagem ou limpeza da casa
– Busque afastar pensamentos negativos e ficar refletindo muito tempo sobre temas improdutivos. Volte o foco para o que importa.
– Tenha alguém com quem possa conversar sem ser julgado. Pode ser um terapeuta ou um amigo
– Livre-se de relações tóxicas. Fica muito difícil ter a mente em paz com alguém causando terremotos em suas emoções.
4. Persista
Lembre-se que qualquer mudança de comportamento requer tempo e precisa ser conquistada degrau por degrau.
Faça essa faxina regularmente que ajudará a melhorar a autoestima, autoconfiança, relacionamentos além de sintomas de ansiedade e depressão.
Luciana Alves, Nefrologista especialista em estilo de vida, em parceria com o Saúde Minuto.