Remake de “Anaconda”, com Selton Mello, tenta encontrar coração em meio ao absurdo

Neste dia de Natal (25), os fãs de comédia besteirol têm um bom motivo para ir aos cinemas. Estreia nesta quinta-feira uma nova versão de “Anaconda”, que aposta no humor escrachado e reúne um elenco de destaque, com Jack Black, Paul Rudd, Steve Zahn e Thandiwe Newton. Ainda mais, para nossa felicidade, a produção marca a participação de atores brasileiros, com Selton Mello e Rui Ricardo Diaz no elenco.

O enredo parte do reencontro de antigos amigos que, diante das frustrações acumuladas ao longo dos anos — de divórcios a carreiras fracassadas —, decidem revisitar o passado como forma de escapar da sensação de estagnação — ou da famosa “crise da meia-idade”.
A ideia surge a partir de um gesto quase nostálgico: recriar o filme que marcou suas juventudes e, por conseguinte, decidem fazer uma “reimaginação” da produção de 1997, protagonizada por Jennifer Lopez, Ice Cube, Owen Wilson, Jon Voight, Eric Stoltz e Danny Trejo.

No entanto, o projeto rapidamente sai do controle quando o grupo se vê isolado na floresta amazônica, onde a aventura planejada dá lugar a uma sucessão de situações extremas, envolvendo criminosos perigosos — em que o filme encontra até uma boa oportunidade para crítica social — e ameaças nada convencionais, como cobras de proporções além de anormais.

Jack Black interpreta um cineasta que não conseguiu sustentar a carreira no cinema e hoje trabalha como cinegrafista de casamentos, carregando o peso das oportunidades perdidas. Já Paul Rudd vive um ator que teve breve notoriedade em um programa policial, mas que, com o passar do tempo, percebe seus planos de alcançar Hollywood se tornarem cada vez mais improváveis. Selton, por sua vez, vive como um domador de cobras, que carrega consigo uma anaconda chamada Heitor, a qual considera seu amigo e que vai ser a estrela do filme do grupo de amigos.

“É um filme que emociona, porque é uma história de amizade, de amigos que querem fazer um filme juntos. Vocês vão pirar e amar”, disse Mello na CCXP25.

A nova versão de “Anaconda” abraça, sem pudor, o caráter absurdo de sua proposta e se apoia deliberadamente no camp — termo associado a uma estética marcada pelo exagero, pela artificialidade e pela teatralidade —, brincando com os clichês do gênero do terror de monstros e com referências a “Trovão Tropical”, de Ben Stiller, e “Tubarão”, de Spielberg.

Ao mesmo tempo, o diretor Tom Gormican, que divide o roteiro com Kevin Etten, procura inserir uma camada de afeto e nostalgia ao conjunto. Esse viés sentimental pode soar justificável para parte do público e simplesmente piegas para outros, mas funciona como um contraponto às situações cômicas, adicionando uma doçura calculada às gargalhadas.

Assista ao trailer de “Anaconda” (2025)

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