Por: Vanessa Rabello
Conhecido pela obra “A Droga da Obediência”, Pedro Bandeira é um escritor brasileiro de livros infanto-juvenis que já recebeu o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do livro, em 1986 e a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas, da cidade de Santos, em 2012.
Nascido em Santos, Bandeira se formou pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na USP em Ciências Sociais. Sua carreira como escritor começou a partir de 1983, quando publicou seu primeiro livro, “O Dinossauro que Fazia Au-Au”, voltado ao público infantil.
O escritor conta que resolveu escrever para crianças pensando em imitar Monteiro Lobato, seu ídolo na infância. “Ele havia criado uma menina de 7 anos, solitária, que brinca sozinha, usando sua imaginação: a partir dela, mergulha nas águas do riacho, casa-se com um peixinho dourado, faz sua boneca falar (e nessa idade, as meninas não falam com as bonecas – e elas não respondem? É claro que sim!) Desse modo, como meu mundo já era urbano, criei um menino de 7 anos que, ao encontrar uma pedra grande, imagina ser ela um ovo de dinossauro e efetivamente dali nasce um dinossauro e vamos às aventuras!”
Bandeira já escreveu mais de 100 obras, dentre elas, a já mencionada “A Droga da Obediência”, que defende a liberdade de pensamento, a repulsa à censura que o perseguiu desde o início da ditadura militar, tanto como ator de teatro como jornalista.
Ao falar dos prêmios que já recebeu pelas obras “O Fantástico Mistério de Feiurinha” e “A Marca de uma lágrima”, Pedro Bandeira afirma que as premiações são pouco importantes frente à aceitação ou à rejeição dos leitores. “Como esses livros até hoje são best-sellers, para mim esses são prêmios mais importantes do que estatuetas nas estantes, porque eu vivo dos livros que escrevi há quase 40 anos!”, conta.
Questionado sobre escrever para um público que tem muita tecnologia disponível nos tempos atuais, o autor afirma que a leitura sempre teve rivais poderosos como pipas, pião e bonecas. “A tecnologia não tem culpa de nada: nos países desenvolvidos, onde todo mundo sabe ler, as descobertas tecnológicas só fazem crescer e o consumo de livros não para de subir”.
Bandeira conta que durante a pandemia está criando livros para os bem pequenos, ainda pré-leitores e indica para os jovens que vão iniciar a leitura de suas obras, para começarem pelo livro “A Droga da Obediência” e, especialmente para as meninas, “A Marca de Uma Lágrima”.
O escritor deixa um recado para os jovens que pretendem seguir os mesmos passos que ele. “Leiam muito, leiam demais, observem como os autores narram suas histórias, assistam muitos filmes, observem como os roteiros são feitos, aprendam com quem faz. Se estiverem a fim de uma paquera, escrevam cartas e poemas para ele(ela), mesmo que essas cartas e poemas não venham a ser entregues para os objetos de suas paixões. Quando estiverem tristes ou furiosos, ponham esses sentimentos no papel, não mostrem para ninguém, mas vão aprendendo a escrever com suas próprias emoções!”
Veja algumas obras do escritor:
O Dinossauro Que Fazia Au-Au (1983)
A Droga da Obediência (1984)
A Marca de Uma Lágrima (1985)
O Fantástico Mistério de Feiurinha (1986)
Pantano de Sangue (1987)
Anjo da Morte (1988)
Agora Estou Sozinha (1988)
A Droga do Amor (1994)
O Mistério da Fábrica de Livros (1994) (e Osnei Rocha)
O Grande Desafio (1996)
Prova de Fogo (1996)
Brincadeira Mortal (1996)
Gente de Estimação (1996)
O Pequeno Fantasma (1998)
Droga de Americana! (1999)
Por Enquanto Eu Sou Pequeno (2002)
Alice no País da Mentira (2005)
Histórias Apaixonadas (2006)
Pânico na Escola (2013)
A Flecha Traiçoeira (2017)
As Cores de Laurinha (2019)