A variante BA. 5 tem algumas características que deixam todos que acompanham a pandemia mais de perto apreensivos. As variações genéticas que essa linhagem traz, favorecem ainda mais o escape imunológico. Isso significa que as pessoas que estão vacinadas e que tiveram a infecção prévia, já adquiriram, de alguma forma, um aprendizado pra se proteger contra a COVID-19. De toda forma, essa proteção que a gente adquiriu não é suficiente pra barrar essa nova variante. Ela tem mais capacidade de escapar do sistema imunológico do que as anteriores. Isso preocupa, porque pode fazer com que a doença seja grave novamente. Além da transmissão intensa, mesmo entre pessoas que estão plenamente vacinadas e que foram infectadas recentemente.
Essa nova linhagem tem características genéticas que favorecem o aumento da sua transmissibilidade com grandes cargas virais, ou seja, a pessoa que está infectada fica com uma grande quantidade de no corpo, gerando uma maior transmissão para o ambiente, e consequentemente, para as pessoas presente no ambiente. Esses dois fatores favorecem muito o sucesso dessa variante em se espalhar mundo a fora e em dominar o cenário mundial. Isso já vem acontecendo nos países onde ela está inserida, como Estada Unidos, por exemplo. Nesse momento, mais de cinquenta por cento dos casos são documentados e avaliados geneticamente já são por essa nova variante em países como Portugal e África do Sul, que foram os primeiros a ter ondas pela BA.5. Esse cenário é bastante favorável para uma nova onda de escalas parecidas com a onda que vivemos em janeiro.
O maior temor desse possível impacto é a sobrecarga dos sistemas de saúde de nosso país. Nos países em que a linhagem B.5 está circulando com maior intensidade, ainda não é possível dizer sobre aumento de gravidade de infecção, pois ainda não há trabalhos sobre essa questão. Certamente ainda existem pessoas ainda muito frágeis, que não respondem bem a vacinação, como os imunossuprimidos, os transplantados, pacientes oncológicos em tratamento e aqueles com comorbidades graves, que podem ser afetados de uma forma mais intensa e precisar de suporte hospitalar.
Por Adelino de Melo Freire Jr, médico Infectologista, em parceria com o Saúde Minuto.