Enquanto ainda finalizava o álbum Tug of War em 1982, Paul McCartney se viu frente a um desafio: compor uma música que representasse a cultura das nações e fosse recebida como um “hino da paz”.
A “encomenda” da música – que viria ser Pipes of Peace (faixa-título do álbum homônimo de 1983) veio por meio de um velho conhecido de Paul, George Melly – um mestre do jazz conterrâneo da velha Liverpool.
O tempo para entregar a canção ia passando e o tema sugerido ganhou outros contornos. Na verdade, ele seria bem específico: o chamado Truce Day, quando os exércitos de Alemanha e Inglaterra decidiram dar uma trégua no Dia de Natal de 1914, de em meio à Primeira Guerra Mundial.
Vídeo premiado
Para descrever as ações de Pipes of Peace e da Trégua do Dia de Natal, Paul recorreu aos serviços da produtora Keefco. O clipe – que mostra Paul contracenando consigo mesmo – sendo um militar alemão e outro inglês – venceria na categoria de Melhor Vídeo Britânico de Rock & Pop de 1984.
Rodado em Chobham Common, a oeste da capital Inglesa, o clipe replica os eventos da Trégua do Dia de Natal, documentados em um programa transmitido pela BBC 2 em 1981: Peace in No Man’s Land.
Curiosidades
· Produzido por George Martin, o single chegou ao primeiro lugar no Reio Unido no final de 1983.
· A letra faz um trocadilho em inglês: Ao invés do convite para fumar o popular “pipe” – que também significa cachimbo, em inglês – as pessoas eram motivadas a tocar os instrumentos musicais em “nome da paz”.
· O canadense James Robert Kippen toca tabla, obtendo incrível efeito percussivo (semelhante a um tambor). A ideia de incluir o instrumento indiano foi apenas um resquício do projeto original, que pretendia usar instrumentos do mundo todo.
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