POR FELIPE TELLIS
"Pode até ter uma choradeira ou outra, mas não vai ser essa tristeza toda!", disse Tim Bernardes sobre seu novo álbum solo, o comparando ao anterior, Recomeçar (2017). A declaração veio neste domingo, dia 10, num local onde Tim não pisava há muito tempo: o palco.
No Sesc Vila Mariana, o artista resolveu fazer seu primeiro show depois do início da pandemia para se despedir da fase Recomeçar, e então, lançar no meio deste ano seu novo trabalho, ainda sem nome divulgado. Antes ele pedia para as pessoas se imaginarem em seu quarto durante o show, em meio aos equipamentos. Dessa vez Tim enfatizou: "já ficamos muito tempo dentro de casa. Se sintam aqui no teatro do Sesc Vila Mariana mesmo".
Além de faixas do disco, como "Não" e “Ela", eleitas respectivamente, a segunda e a vigésima melhores músicas de 2017 pela Rolling Stone Brasil, Tim Bernardes apresentou também canções de sua banda, O Terno, e fez releituras de Belchior, Gilberto Gil e até Péricles, além de cantar pela primeira vez publicamente a faixa "Prudência", escrita por ele e gravada por Maria Bethânia no álbum "Noturno", do ano passado.
Nas duas únicas sessões neste sábado, dia 9, e domingo, dia 10, que tiveram seus ingressos esgotados em menos de cinco minutos, Tim Bernardes mostrou no palco porque é um dos nomes mais importantes da sua geração, aclamado por crítica e artistas consagrados. Seu show é pura técnica vocal e instrumental, com camadas que se complementam, ora com Tim cantando baixinho e introspectivamente, ora descendo a mão na guitarra ou no piano e transbordando sentimento, em questão de segundos.
O registro mais recente de Tim Bernardes é o "< atrás / além >", quarto disco de estúdio do grupo O Terno, projeto em parceria com Biel Basile e Guilherme D'Almeida.
Nós, fãs, agradecemos de chegar em 2022 tendo a oportunidade de ver artistas como Tim num palco e, mais que isso, nos presenteando com um novo disco. Estamos ansiosos!