No início dos anos 2000 as redes sociais ganharam força com a popularização da internet e hoje elas estão presentes em nossas vidas nos auxiliando de diversas formas. As utilizamos para nos conectar com amigos, buscar informações, procurar emprego, fazer compras e muito mais. Porém, estudos comprovam que o mau uso das redes sociais também pode trazer alguns prejuízos para a saúde mental como baixa autoestima, ansiedade, depressão e outros transtornos.
Muitos usuários relatam se sentir inferiores, ou que suas vidas são menos interessantes quando comparadas aos conteúdos postados nas redes sociais. Há uma ilusão de que os outros têm uma vida perfeita, frequentemente viajando para diferentes lugares, indo a restaurantes badalados, rodeados de pessoas sempre felizes. Porém, a constante comparação associada a crenças disfuncionais, de que somos incapazes e sem valor, pode ser gatilho para uma baixa autoestima e diversos transtornos psicológicos. Por outro lado, celebridades e influenciadores digitais também sofrem com um perfeccionismo e pressão dos altos padrões que estabelecem para que seus seguidores sejam entretidos com seus conteúdos e intimidade compartilhadas nas redes.
Um fenômeno recente que surgiu na era digital é o FOMO, "Fear of Missing Out", ou medo de estar perdendo algo, em português. Segundo especialistas, esse sentimento é bastante comum entre jovens que estão frequentemente insatisfeitos e com medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem. Isso os incentiva a estarem o tempo todo conectados para saberem de tudo o que está acontecendo. Porém, o que se observa como consequência desse padrão de comportamento é um constante mau humor, estresse, tédio e solidão.
Outro problema é o excesso de informações. Rapidamente sabemos o que está acontecendo em todo o planeta, sendo essas notícias boas ou ruins. Se não nos policiarmos, podemos ficar “infoxicadas”, ou seja, intoxicados de tanta informação e notícias.
Há também outro comportamento prejudicial bastante comum nas redes sociais que é o discurso de ódio. Os chamados “haters” são pessoas que odeiam e criticam outras, destilando comentários negativos de forma ofensiva e violenta. Esse comportamento pode ser chamado também de cyberbullying, que nada mais é do que práticas ameaçadoras e intimidadoras no mundo virtual.
Portanto, sabemos que as redes sociais e o mundo virtual estão cada vez mais presentes nas nossas vidas, mas é necessário tomarmos alguns cuidados e fazermos um bom uso do que a internet nos oferece. Alguns sinais de alerta sobre o uso excessivo das redes sociais podem ser:
– Inquietude, ansiedade ou irritação quando não está conectado
– Falta de interesse em atividades fora do mundo online
– Sensação de que a experiência não será completa se não for postada nas redes
– Passar longos períodos online e dificuldade para se desconectar
Caso você se identifique com os sinais acima, é aconselhado procurar o apoio de um profissional da saúde como um psicólogo ou psiquiatra.
Por Ricardo Milito, psicólogo, em parceria com o Saúde Minuto.