Nos dias atuais, é cada vez mais rotineiro o uso de tecnologias, como babá eletrônica, smart phones e celulares que o responsável usa e repassa para o bebê como se fosse algum brinquedo para distrair sua atenção. Porém, nada substitui o olhar, o sorriso, o contato humano, carinho e afago, a expressão facial dos pais, voz da mãe… Imprescindíveis para um desenvolvimento mais saudável e completo, durante a primeira infância, do 0 aos 6 anos.
As consequências do uso excessivo e precoce das telas são inúmeras, afetando todas as faixas etárias, a saber:
– Acidentes devido à distração durante o uso e exposição a conteúdos inadequados para a idade, com maior risco de sexualidade precoce, nudez, abuso sexual e estupro virtual;
– Baixo desempenho escolar com prejuízo no desenvolvimento cognitivo, déficit de atenção e hiperatividade;
– Nos bebês e menores de 3 anos, nota-se o atraso no desenvolvimento da fala com prejuízos na socialização e aprendizagem, alterações do padrão do sono, como insônia ou sono agitado;
– O fato de a criança passar horas em frente à tela, acaba por diminuir o tempo brincando, sendo criança, criando laços de amizade. Culminando com sedentarismo e falta da prática de exercícios físicos;
– Problemas de saúde mental, como irritabilidade, ansiedade e depressão, bullying & cyberbullying;
– Transtornos de alimentação e imagem corporal, com maior risco de sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia, comportamentos auto lesivos, indução e riscos de suicídio;
– A luz da tela, e a proximidade dos olhos com o aparelho eletrônico, podem causar problemas visuais como miopia e síndrome visual do computador;
– O uso prolongado de fones de ouvido, pode gerar distúrbios auditivos e até perda auditiva induzida pelo ruído;
Diante dos inúmeros malefícios citados, decorrentes do uso irregular e indiscriminado das telas, devemos seguir as recomendações para uso saudável e inteligente dos aparelhos eletrônicos:
Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente;
Crianças de 2 a 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão;
Para os de 6 e 10 anos: usar ao máximo de uma a duas horas por dia;
Para os adolescentes com idades entre 11 e 18 anos: usar telas e jogos de videogames, por no máximo duas ou três horas por dia, sempre com supervisão e nunca “virar a noite” jogando;
Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
A Dica é criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, como seguir as regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, com momentos de desconexão e mais convivência familiar;
Lembrando que nada substitui o afeto humano. Um olhar amoroso, a expressão facial, a voz dos pais, o abraço, todo esse contato com a família é vital para a criança em desenvolvimento.
Os pais e cuidadores devem buscar ser uma fonte de estímulos e cuidados para seus filhos, que não podem ser trocados por telas e tecnologias e são imprescindíveis para o completo desenvolvimento da linguagem e das habilidades cognitivas e sociais da criança.
Por Dra. Mariana Vilasboas, pediatra, em parceria com o Saúde Minuto.