Empresas enfrentam desafios em meio à pandemia

Por Vanessa Rabello

O momento atual é, naturalmente, de adaptação. Sem previsão de retorno à normalidade, empresários têm descoberto novos vieses dentro de suas áreas de atuação.

Este é o caso da empresa de doces finos Iara Ceratti Doces. Há 30 anos no mercado de festas e eventos, a empresária Iara Ceratti conta que, além da necessidade da redução no quadro de funcionários, foi preciso adaptar as entregas de qualquer tamanho de pedido e ajustar quantidades mínimas.

Além dessas mudanças, agora são feitas lives nas redes sociais, com receitas para aproximar o público e criar fontes de renda. “As lives têm feito muito sucesso e com ótimo feedback, os kits e cestas de presentes, que foram criados neste momento, tem recebido boa aceitação de vendas, mesmo que não alcance o faturamento necessário”, afirmou a proprietária.

Iara complementou dizendo que a queda no faturamento foi de 90% e que, quando a pandemia acabar, não sabe se este novo padrão de funcionamento irá permanecer, mas que tem projetos para cursos.

Já a empresa Allegro Buffet, que também atua em festas e eventos, informou que até o momento não houve redução no quadro de funcionários, mas sim uma alteração nos horários para evitar o trajeto em horário de pico.

Vitor Garcia Coelho, chef responsável pela cozinha do buffet, conta que as visitas marcadas foram suspensas e que todas as apresentações são feitas através de plataformas digitais. “Criamos um e-commerce para atender nossos clientes em casa, com uma pequena seleção da gastronomia e no kit, o comprador recebe um QR Code que leva o perfil da empresa do Spotify."

Até o momento, o local está com eventos adiados por 4 meses e nas vendas futuras, a queda do faturamento chega a 70 e 80%.

“A nossa meta era manter a marca viva, queríamos ter os clientes por perto e levar a experiência para dentro de casa e foi um sucesso. Será um novo braço da empresa”, conta o chef, que destaca, ainda, que estão com novos produtos em testes e em breve haverá uma nova maneira de fazer eventos em casa.

O economista Arthur Igreja, especialista em inovação e negócios, avalia que agora é o momento de enxugar o máximo dos custos fixos, observar as contas e não perder de vista o que é possível renegociar. “Negociação é a palavra-chave, tanto com clientes, como com fornecedores."

Para as empresas que precisam fazer alguma mudança na área de adaptação, o conselho do economista é entender suas vantagens competitivas, seus conhecimentos e forças, para detectar de que forma pode atuar no mercado.

“O empresário precisa entender que ter uma empresa é uma jornada a longo prazo e olhar as coisas mais de longe e entender que esta fase irá passar”, fala Arthur. 

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