Mês das mulheres: mundo do café e as dificuldades das profissionais femininas

Desde o começo da cafeicultura, as mulheres sempre foram desvalorizadas pelo mercado. Muitos relatórios internacionais, mesmo nos dias atuais, não citaram a presença feminina na cafeicultura brasileira, sejam elas líderes de organizações do mercado, baristas ou nas lavouras. 

Essa realidade, porém, está mudando gradativamente não somente no Brasil, mas também em outros países. As mulheres, cada vez mais, estão se organizando em cooperativas, associações e realizando alianças para se qualificarem no mercado. De acordo com a barista Carol Barreto, o objetivo de se organizar é dar visibilidade à mulher que está no segmento café, seja na produção, indústria, na comercialização ou na cafeteria.

"No café, infelizmente, as mulheres ainda têm muita visibilidade, seja na base da cadeia cafeicultura ou nos cargos que possuem contato com o público. Como barista eu consegui ter essa consciência e sempre tento passar uma visão justa e incentivar a presença feminina na minha empresa, desse modo, todas nós teremos voz e oportunidades iguais", afirma a profissional. 

De acordo com a IWCA, Aliança Internacional das Mulheres do Café, em 2017, 56,9% das mulheres eram produtoras de café, 2,6% atuavam nas indústrias do meio e, apenas, 9,9% trabalhavam no mercado e comércio do grão. Esses dados mostram que a presença feminina é predominante no campo, e que, mesmo assim, elas continuam sendo desvalorizadas e invalidadas. 

Em concordância com os dados, a barista ressaltou que o maior desafio para quem deseja seguir uma carreira como a dela é o reconhecimento profissional da mulher. "Mesmo com experiência e especializações, as mulheres ainda sofrem uma desvalorização profissional e do seu conhecimento, uma vez que o mercado é majoritariamente ocupado por uma presença masculina". Carol ainda completa: "estamos lutando, dia após dia, para que esse cenário mude, e temos fé de que em pouco tempo teremos um mundo do café com mais representatividade feminina". 

Segundo Carol Barreto, mesmo com grandes dificuldades, todas as funções que envolvem o café podem ser ocupadas por mulheres que encontram a força para lidar com diversas adaptações, seguindo um caminho para alcançar seus objetivos.

"A mulher pode ser multi onde ela quiser e sempre que ela quiser, seja no ambiente profissional ou no ambiente doméstico. Somos multi porque podemos desempenhar qualquer papel que nos propusemos e esse é o brilho que acompanha a todas nós", diz a especialista.

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