Earth, Wind & Fire: a invenção eclética e multicultural de Maurice White

O Earth, Wind & Fire é uma banda ainda em atividade surgida em 1969, em Chicago, nos Estados Unidos, para dar uma nova face ao pop. O repertório contém uma mescla de ritmos, cuja base é a absorção de estilos africanos e afro-americanos, em especial, jazz e R&B. O rol de instrumentos inclui, por exemplo, a africana kalimba (vibração).

O grupo nasceu sob o nome de Salty Peppers, quando o percussionista Maurice White (1941-2016), o cantor Wade Flemons (1940-1993) e o tecladista Don Whitehead (sem informação) assinaram um contrato com a gravadora Capitol.

O trio resolveu se mudar para Los Angeles, a mais de três mil quilômetros de distância, e firmou um novo vínculo com a Warner Bros. White, então, trocou o nome do conjunto para Earth, Wind & Fire (em português: Terra, Ar e Fogo), agregando os elementos presentes no próprio mapa astrológico.

“Estávamos saindo de uma década de experimentação, expansão mental e consciência cósmica. Eu queria que nossa música transmitisse mensagens de amor e harmonia universais sem forçar o conteúdo espiritual dos ouvintes”, explicou o líder da banda.

Em Los Angeles, outros músicos entraram para o EWF: Michael Beal (guitarra), Leslie Drayton, Chester Washington e Alex Thomas (trompas), Sherry Scott (vocais), Phillard Williams (percussão), além de Verdine (baixo), irmão mais novo de White.

Sob esta formação e o contrato com a Warner, dois álbuns foram gravados: Earth, Wind And Fire (1970) e The Need Of Love (1971). A faixa “I Think About Lovin’ You” entrou no top 40 entre as mais tocadas em R&B nos EUA.

Mas Maurice White estava insatisfeito e decidiu fazer novas e determinantes mudanças. Em 1972, dissolveu a formação, mantendo só o irmão. Entraram Jessica Cleaves (vocal), Ronnie Laws (flauta, saxofone), Roland Bautista (guitarra), Larry Dunn (teclado), Ralph Johnson (percussão) e Philip Bailey (vocal).

O começo do sucesso

O Earth, Wind & Fire passou às mãos da Columbia Records, depois que o então presidente da gravadora, Clive Davis, gostou de um show que assistiu em Nova York. O movimento ocorreu, porque Maurice White estava descontente com a Warner, a qual resistia à mescla de ritmos pretendida pelo líder da banda.

A inovação do EWF se estendia às apresentações ao vivo com toque de mágica: pianos flutuantes, kits de bateria giratórios e artistas desaparecidos. O primeiro lançamento com a Columbia foi Last Days And Time (1972).

Mais sucesso, porém, fez Head To The Sky (1973), o primeiro álbum de ouro, e ainda mais, Open Our Eyes (1974) e That’s the Way of the World (1975), ambos de platina. Neste último, estava o single “Shining Star”, um dos principais da banda, originalmente incluído em um filme.

A faixa chegou ao primeiro em R&B e pop, no começo de 1975, e rendeu o primeiro de seis Grammys ao Earth, Wind & Fire, que venceria também quatro American Music Awards ao longo de toda a trajetória.

A consolidação: mais álbuns e hits

O contrato junto à Columbia seguiu até 1990 com vários lançamentos de destaque, sobretudo, até 1981. Vieram Spirit (1976), último sob produção de Charles Stepney, grande parceiro de Maurice White, que morreria naquele ano, All ‘n All (1977), com a entrada de novos integrantes (comum, assim como a saída nas cinco décadas de banda), I Am (1979), Faces (1980) e Raise! (1981). Este, aliás, tinha a canção “Let’s Groove”, a qual reenergizou a banda.

Ainda constam na lista de álbuns: Powerlight (1983), Electric Universe (1983), Touch the World (1987), Heritage (1990), Millennium (1993), In the Name of Love (1997), The Promise (2003), Illumination (2005), Now, Then & Forever (2013) e Holiday (2014).

Afora as músicas já mencionadas, fizeram sucesso: “Singasong”, “Can’t Hide Love”, “Celebrate”, “Gratitude”, “Reasons”, “Getaway”, “Saturday Nite”, “Serpentine Fire” e “Fantasy”; além de “September”, “Love’s Holiday”, “Boogie Wonderland” com The Emotions, “After The Love Has Gone”, “Let Me Talk”, “You” e “And Love Goes On”. Dentre quatro produções ao vivo, uma aconteceu no Rio de Janeiro em 2002.

No ano de 1983, Maurice White decidiu que ele e EWF precisavam dar um tempo e gravou um álbum solo. Em 1992, o grupo lançou “The Eternal Dance”, uma retrospectiva de 55 faixas. Em 2000, a edição de nove integrantes dos anos 70 de Earth, Wind & Fire se reuniu por uma noite em homenagem à introdução da banda no Rock And Roll Hall Of Fame. Depois, entrou para o Vocal Group Hall of Fame. No ano 2000, White revelou estar com mal de Parkinson. O artista viria a falecer, aos 74 anos, em 3 de fevereiro de 2016.

Veja também: Concorra a ingressos para o show de Earth, Wind & Fire Experience by Al Mckay, no Espaço Unimed

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