“Bob Marley: One Love” é bom e relembra feitos do ícone do reggae

Bob Marley: One Love” inicia com textos em uma tela preta que ambientam e contextualizam o recorte em que a obra irá se desenrolar. 1976 era o ano em que a Jamaica ainda tentava se entender após a independência e, com isso, também presenciava um conflito interno sobre quem iria assumir a nação.

Assim, parece que vamos mergulhar de cabeça neste período histórico-político somado aos acontecimentos próprios de Bob Marley. Ele já havia consolidado sua carreira no país e estava próximo de realizar o show “Smile Jamaica”.

O começo

Se fazer um filme convencional já é complicado, imagine produzir uma cinebiografia de alguém considerado como um símbolo de uma nação, um ícone de um estilo musical e uma lenda como pessoa. Talvez o diretor do filme, Reinaldo Marcus Green, só tenha se dado conta da grandeza deste projeto já ao produzi-lo. Aliás, o peso também caiu sob o ator Kingsley Bem-Adir, que precisou estudar por horas as performances únicas e linguagens corporais espaçosas que caracterizavam Marley nos palcos.

Mas, sem rodeios, “Bob Marley: One Love” não é ruim. Longe disto. Aliás, ele funciona com aqueles que não tiveram a oportunidade de estar presente no mesmo tempo que Bob Marley, mas que criaram curiosidade de saber sobre essa persona falada até hoje.

Ademais, o filme se propõe a levantar diversos assuntos ligados à Marley, como sua relação com a política, o momento histórico vivido naquela época, o movimento Rastafári e o contato com a fama global. E, claro, também são retratados o atentado que o cantor sofre, bem como a descoberta de um câncer de pele, em 1977.

O meio

O ápice da cinebiografia, quando o cantor sente o gosto de ser reconhecido em todos os cantos do planeta, é abordado com takes de shows em diferentes países.

Aliás, a trilha sonora conta com alguns clássicos de Bob Marley e se misturam conforme o desenrolar das cenas, parecendo até um videoclipe. Entre alguns sucessos que compõem a obra, estão: “Roots, Rock, Reggae”, “Lively Up Yourself”, “War”, além de bastidores do processo de criação do disco “Exodus”.

A cinematografia de “Bob Marley: One Love” também se tempera levemente com algumas cenas de surrealismo, simbolismo e efeitos especiais. Ademais, o filme optou por tentar não seguir o padrão de degraus, começando com o tradicional roteiro de: infância, fama e declínio. Aqui, há flashbacks espalhados ao decorrer da obra.

O fim

No começo, vemos Bob Marley como uma pessoa limitada à música. Entretanto, o fim se reencontra com a verdade de quem foi o nome que conhecemos quatro décadas após sua morte. Pronto para realizar o show “One Love”, a cinebiografia se encerra com ele consciente de que sua vida é do povo.

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